Sob nova direção, os diretórios municipais do PT e do PMDB lutam para conseguir união partidária depois de passarem por processos eleitorais conturbados. Do lado petista, Adilson Mariano, que chegou a ser expulso da sigla, agora está à frente do partido. Já o médico Dalmo Claro de Oliveira comanda o PMDB. Ele é o primeiro nome não ligado diretamente ao senador Luiz Henrique da Silveira a presidir o partido nos últimos oito anos.

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Nas duas eleições, a mudança na presidência revela rupturas. O PT, depois de ver o então prefeito Carlito Merss não conseguir nem chegar ao segundo turno na sua tentativa de reeleição, toma uma direção oposta.

Embora diga que deseja reestruturar a sigla sem afastar a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), Mariano já avisa que irá lutar para que o partido não faça mais alianças partidárias e busque participar mais de sindicatos e outras organizações sociais. Ele tenta curar as rachaduras do partido ao mesmo tempo em que busca criar um relacionamento com a ala que tentou expulsá-lo do PT.

Já Dalmo terá que conduzir a sigla com a sombra de Cleonir Branco, atual presidente em exercício do partido, e que tentou se manter na presidência. A eleição quase foi parar na Justiça. Agora, os grupos de Mariani e LHS tentam formar uma nominata para as próximas eleições.

“”Temos que fortalecer o partido”, avalia Dalmo

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A Notícia – Depois da eleição conturbada, como unir novamente o partido?

Dalmo Claro de Oliveira – Essa disputa não chega a dividir o partido. Houve mal entendidos durante o processo de escolha do novo presidente, mas nada que chegue a afetar a união partidária. Sentamos para conversar junto com o senador Luiz Henrique, com o prefeito Udo, com o deputado federal Mauro Mariani e com o Cleonir (Branco). Discutimos de forma franca a composição partidária. Conseguimos encontrar uma solução adequada para todos e que leve o partido a crescer ainda mais em Joinville.

AN – Quais os planos para o mandato?

Dalmo – Primeiro temos que fortalecer o partido administrativamente. Depois, teremos que reestruturar o partido e levá-lo para os bairros. Joinville está crescendo muito e precisamos ter representativade nas bases para saber o que acontece e poder desenvolver a militância.

AN – O senhor vai concorrer a deputado estadual no ano que vem e deixar o cargo para o vice?

Dalmo – Sim, irei concorrer a estadual e, quando isso acontecer, deixarei espaço para que o Cleonir assuma. A gente se licencia pelo tempo necessário para concorrer. Mas o partido ficará com o Cleonir.

“Queremos resgatar o PT da origem”, diz Mariano

A Notícia – O que fazer para unir a sigla?

Adilson Mariano – Quem tem que falar o que está sentido são eles. Eu não trabalho com rancor. Queremos a ajuda de todos os filiados, inclusive deste grupo, desde que seja na nossa linha. Queremos parar com as coligações. Hoje, a política que queremos implantar é majoritária. Acho que é possível que nós tenhamos unidade.

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AN – Quais os planos para o mandato?

Mariano – Queremos resgatar o PT da origem. Queremos retomar nosso plano de décadas passadas. Queremos ser um partido dos trabalhadores, da juventude. Temos que reanimar a militância, fazer formação partidária, fazer núcleo nos bairros, fazer esse pessoal intervir nos sindicatos, movimentos sociais e universitários.

AN – O senhor vai concorrer ano que vem. Como fica a questão do vice?

Mariano – Não sabemos ainda para qual vaga iremos concorrer. Temos perspectiva de federal e estadual. Além disso, temos outras perspectivas, como defender a candidatura própria ao governo do Estado, sem alianças com partidos de direita.