Passar mais de um mês deitado numa cama ou se locomovendo com uma cadeira de rodas não tem sido nada fácil para Jair Batista Nazário, 49 anos. Ele está desde o dia 25 de janeiro com os dois calcanhares quebrados e por duas vezes esteve perto de fazer o procedimento que foi desmarcado. Agora, recebeu a notícia que a intervenção não pode ser feita.

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Jair estava em casa, em cima de uma escada fazendo algumas obras quando caiu. Foi internado no corredor do Hospital São José, onde ficou por dois dias até ser levado à sala de medicação.

– Estava cheio (o hospital). Tinha muita gente no corredor -, diz.

Só no quinto dia foi levado para um quarto da ala B, onde cuidam dos pacientes com trauma. Quando recebeu alta, no dia 30, voltou para casa com a operação marcada para as 13 horas do dia 7 de fevereiro. Ele deveria estar no hospital às 10h30.

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O dia não foi como o esperado. O relógio já marcava 18 horas, quando Jair foi perguntar quando iriam chamá-lo. Então, soube do cancelamento da cirurgia. O paciente voltou para casa e dias depois conseguiu marcar a intervenção para 13 de fevereiro.

Naquela segunda-feira, lá foi ele novamente em jejum, estado em que ficou até o meio-dia, quando soube que as operações eletivas tinham sido suspensas.

Outras duas vezes o homem deixou o bairro Boehmerwald procurando socorro, mas não encontrou solução. Na segunda-feira, Jair voltou ao hospital, onde soube que cirurgia em fraturas deve ser feita em até 30 dias depois do trauma.

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Como tratamento, o médico recomendou colocar gesso. Mas nem com isso Jair conseguiu sair do São José. O gesso foi aplicado na parte inferior do pé e no restante, faixas, que ficaram soltas. Em casa, foi preciso enfaixar de novo. A parte de gesso já quebrou.

Inconformado, Jair denunciou o caso ao Ministério Público.

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