Já se passaram dez meses desde que o rio São João foi interditado por conta de um acidente na BR-376 envolvendo três caminhões. A água foi contaminada por diesel e Osmose 33 – inseticida altamente corrosivo, usado exclusivamente para preservação de madeira. Moradores e comerciantes que moram próximos ao rio e dependem dele para sobreviver, reclamam sobre falta de respostas a respeito da reativação.Assista vídeo do acidente entre caminhões que contaminou rio entre Garuva e Guaratuba.

Assista ao vídeo do acidente entre caminhões que contaminou rio entre Garuva e Guaratuba

Salete Esther Kempinski de 62 anos é uma das moradoras ribeirinhas, há 33. Ela tem uma pousada e depende dessa renda para se sustentar. Salete conta que, depois da interdição, o número da procura por turistas e banhistas diminuiu consideravelmente.

Continua depois da publicidade

– A atração é o Rio. Sem ele, não tem turistas. Já procurei diversas vezes o Ibama, mas eles não me dão um retorno sobre a situação; se ainda há produtos tóxicos contaminando e se as pessoas ainda estão proibidas de usá-lo. Já vi pessoas tomando banho e bebendo a água dele. Até agora, não soube de ninguém que tenha passado mal ou tenha tido problemas por isso – completa a moradora.

Recentemente, outro acidente envolvendo um caminhão carregado com o produto químico Quakerol USI 2.0 PL – utilizado como fluído para laminação a frio – também contaminou o percurso das águas. Dessa forma, no dia 14 de fevereiro, placas foram novamente inseridas ao longo do rio para restringir consumo, pesca, banho e utilização para fins agrícolas.

Segundo a Defesa Civil, não há previsão sobre o resultado da nova coleta realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O rio já estava sendo estudado ao longo dos dez meses, mas teve de passar por novas coletas em função do último acidente para saber se ainda há incidência de produtos químicos na água.

Além disso, a Defesa Civil está trabalhando em conjunto com a Arteris, companhia responsável pela operação de concessionárias federais, para fixar boias que aferem imediatamente o nível de contaminação do rio após incidentes, o que agilizaria o processo realizado pelo Ibama e, consequentemente, aos moradores da região.

Continua depois da publicidade