Em Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina, moradores reclamam de uma fila de espera de até três meses para conseguir emitir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A espera para a realização das provas práticas se intensificou depois da descoberta de uma fraude na emissão das licenças, justamente com a regularização do serviço. Segundo a Polícia Civil, agora os testes estão sendo feitos de maneira correta, mas há apenas um examinador para atender cinco municípios da região.
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O único examinador da Ciretran de Jaraguá do Sul atende também candidatos à CNH de Corupá, Guaramirim, Massaranduba e Schroeder, municípios que formam um contingente de 250 mil habitantes. Este responsável atualmente substitui o antigo aplicador dos testes, que atuou na região por 15 anos, mas que foi afastado da função suspeito de cobrar comissão das autoescolas para aprovar os alunos.
Na época em que o antigo examinador fazia o serviço, o índice de aprovação era de 97%, com a mudança de avaliador, hoje apenas 30% dos candidatos passam na prova no primeiro teste.
— Quando o candidato à CNH ia para o teste, o policial civil que aplicava a prova prática fingia que fiscalizava e examinava, então todos passavam. Agora, com o desmanche dessa associação, está se cobrando o que realmente deve ser feito — aponta Márcio Cota, Promotor de Justiça.
A Delegacia Regional de Jaraguá do Sul afirma que o novo examinador consegue fazer 25 provas práticas diariamente, e o órgão tenta junto ao Detran-SC a contratação de mais um servidor para aplicar os exames.
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— Solicitamos a direção estadual do Detran a reabertura de um curso para habilitar novos examinadores, inclusive foram abertas as inscrições e já temos três policiais de Jaraguá do Sul inscritos — sinaliza o delegado Fabiano Silveira.
População prejudicada
Enquanto isso não acontece, a fila de espera continua a aumentar. Para o programador de sistemas Johan Mickael Kneubuhler, do início do curso até a última prova para tirar a CNH passou quase um ano. Por pouco o jovem não teve que refazer todo o processo, incluindo o pagamento à autoescola.
— A demora está realmente grande, teve provas que demoraram quase um mês praticamente (para acontecer), e fazer de novo — recorda.
A filha de Tarcízio Fischer também deu início ao processo de emissão da carteira em outubro do ano passado, no entanto, a prova prática ocorreu somente em março deste ano. Fez novamente em maior e, por alguns quesitos, terá de refazê-la novamente. Ela ainda não tem previsão de quando repetirá a avaliação.
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Como medida paliativa, a Ciretran do município deve contar nos próximos dias com um reforço temporário de um avaliador. Este profissional deve ajudar aplicando 100 provas e deve contribuir para reduzir a fila de espera.