A brasileira que não havia conseguido deixar a Faixa de Gaza porque estava prestes a dar à luz, deixou o território nesta quinta-feira (8), conforme informações da Embaixada do Brasil na Palestina. A mulher, que deu à luz ao terceiro filho em um hospital em Gaza na noite de Natal, havia recebido autorização para deixar Gaza na quarta-feira (7) e, nesta manhã, cruzou a fronteira entre o sul do território e o Egito, pela cidade fronteiriça de Rafah, segundo o Itamaraty. As informações são do g1.
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Agora com três filhos, a brasileira tentava deixar a Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro. A família, que tem dupla nacionalidade brasileira e palestina, residia no território antes do conflito.
De acordo com a embaixada, a mulher, cujo nome não foi divulgado, viajará para o Brasil no fim desta semana.
A brasileira estava sozinha com as crianças porque seu marido, que vivia em Gaza, viajava a trabalho quando a guerra estourou e, desde então, não conseguiu retornar, segundo disse ao g1 o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas.
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Ainda segundo o embaixador, a mulher não pôde viajar com o terceiro e último grupo de brasileiros que a embaixada havia conseguido retirar de Gaza por conta do estágio avançado da gravidez. Dois dias depois do voo, na noite de Natal, a mulher deu à luz.
— Acompanhamos todo o tratamento dela. A criança nasceu em um dos poucos hospitais que conseguem funcionar precariamente — disse Candeas ao g1.
Burocracia na saída
A brasileira deixou Gaza na quinta-feira (8) pela passagem de Rafah, no sul de Gaza. Ela cruzou a fronteira para o Egito junto de um grupo de estrangeiros que também recebeu autorização. As listas de estrangeiros são enviadas pelas embaixadas aos governos de Israel e do Egito, que analisam e autorizam os nomes.
Desde o início da guerra, o Itamaraty vem tentando retirar brasileiros que ficaram retidos na Faixa de Gaza. O território só tem saídas para Israel, que foram fechadas, e para o Egito, pelo sul.
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A fronteira com o Egito, na cidade fronteiriça de Rafah, também foi fechada após o início da guerra. No entanto, governos de vários países começaram a pressionar autoridades locais para reabrir a passagem e permitir, assim, a retirada de cidadãos estrangeiros. Israel temia que a abertura dessa fronteira se tornasse uma via de fuga para terroristas do Hamas. Já o governo egípcio queria evitar que o conflito migrasse para seu país.
Após negociações, Egito e Israel decidiram reabrir parcialmente a passagem de Rafah, em poucas horas do dia e apenas para a saída de estrangeiros ou de ambulâncias com casos médicos emergenciais. O primeiro grupo de brasileiros só recebeu autorização para sair de Gaza em novembro, mais de um mês após o início da guerra.
Na ocasião, o embaixador do Brasil na Palestina revelou que mais brasileiros ainda estavam no território, e que o Itamaraty já trabalhava com uma segunda lista. O segundo grupo conseguiu deixar Gaza no início de dezembro e um terceiro no dia 23 de dezembro.
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