Em meio a críticas do escritor Olavo de Carvalho ao governo de Jair Bolsonaro, o presidente pediu neste domingo (10) que o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, exonerasse o coronel Ricardo Wagner Roquetti do cargo de diretor de Programa da Secretaria-Executiva da pasta.
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Bolsonaro e Vélez se reuniram na manhã de domingo (10) no Palácio da Alvorada, em Brasília, em encontro que não estava previsto inicialmente na agenda. À Folha de S.Paulo, Roquetti confirmou que teve seu afastamento solicitado por Bolsonaro.
— O presidente pediu meu afastamento hoje em conversa pessoal com o ministro. A exoneração deve ocorrer durante a semana, pois é um ato administrativo burocrático que leva tempo — disse, sem querer comentar os motivos que levaram à sua saída.
A exoneração do coronel se dá em meio a uma troca de cadeiras que Vélez vem fazendo no MEC, diante de críticas de Olavo, considerado "guru" da nova direita e responsável por indicar o ministro da Educação a Bolsonaro.
No domingo, ele foi o principal alvo de Olavo nas redes sociais, que o chamou de "Bebianno de Vélez", em referência ao ex-chefe da Secretaria-Geral Gustavo Bebianno, que foi demitido por Bolsonaro em meio ao escândalo das candidaturas de laranjas.
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Ele culpa o coronel da Aeronáutica pelo episódio da carta enviada pelo MEC às escolas, nas quais o ministro da Educação pedia que crianças fossem filmadas cantando o hino nacional. Após série de críticas, o Ministério recuou.
— As reuniões passaram a acontecer com portas fechadas, e dentro da sala somente ele, Velez e Tozi. Assim, por exemplo, foi decidida a questão da carta (diferente do que a mídia propagou, de que os autores eram os alunos do Olavo – MENTIRA) — escreveu Olavo em uma das publicações deste domingo.
Tozi, a quem ele se refere é o secretário-executivo do MEC, Luiz Antonio Tozi. O escritor disse que a escolha do número 2 da pasta foi o "primeiro Cavalo de Troia no ministério", por ser ele "ligado ao ensino técnico e ao PSDB".
Desde sexta, o escritor intensificou as postagens com críticas aos militares e recomendou que seus alunos deixassem cargos no governo.
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Ainda neste domingo, o escritor disse ter se arrependido de três coisas, entre elas, de ter apresentado Roquetti à deputada Bia Kicis (PSL-DF).
Ele disse ainda lamentar o fato de ter "acreditado, nos anos 90, que os militares brasileiros teriam a coragem de reagir na Justiça contra a difamação jornalística das Forças Armadas" e por ter apoiado o general Hamilton Mourão para ser vice de Bolsonaro.