Em 2013, a capital do Espírito Santo deixou de contar com uma valiosa fonte de recursos, o dinheiro do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), que lhe rendia cerca de R$ 80 milhões ao ano. Não bastasse isso, a crise que começou em 2014 fez encolher ainda mais a verba da cidade. Entre 2012 e 2016, a receita caiu 26% em termos reais. Mas o que chama mesmo a atenção é a queda nos gastos: 30% de redução.

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— Assim que a gestão passada assumiu, em 2013, já cortou 200 cargos comissionados. Depois fomos fazendo vários outros cortes, sempre em atividades meio, não deixamos de abrir escola, por exemplo _ garante o secretário municipal de Gestão, Planejamento e Comunicação de Vitória, Fabrício Gandini, que estava também na gestão anterior do prefeito reeleito Luciano Rezende (PPS).

Uma outra medida foi a redução da jornada de trabalho. A administração municipal passou a funcionar em meio expediente, uma economia de custeio da ordem de R$2,5 milhões ao mês. Previdência e folha de servidores não foram alvo de reformas, garante o secretário.

O resultado do esforço apareceu no final de 2016, quando a prefeitura fechou as contas com superávit de cerca de R$50 milhões após dois anos no vermelho. Em dezembro, os salários foram inclusive antecipados, do dia 29 para o 23, a tempo do Natal para injetar dinheiro na economia da cidade.

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As medidas de austeridade, contudo, seguem sendo feitas. Na primeira quinzena de janeiro, a gestão municipal apresentou duas propostas, uma para fundir seis secretarias em três, e outra para realizar a segunda edição de um programa de renegociação de dívidas. Ambas ainda serão submetidas à aprovação da Câmara de Vereadores.

— Este ano ainda não será bom. A arrecadação deve apenas parar de cair – diz o secretário.

Para aumentar a receita, a cidade aposta na implantação de um polo tecnológico em substituição à atividade portuária, que já não sustenta o município. Além disso, a capacidade de investimento vai ganhar fôlego com um empréstimo junto ao Banco Mundial, de R$ 100 milhões, que deve chegar aos cofres em 2018.