O traficante Sérgio de Souza, o Neném da Costeira, preso em presídio federal há cinco anos, deverá retornar ao sistema prisional de Santa Catarina. A determinação é da Justiça Federal de Porto Velho, em Rondônia.
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O destino dele poderá ser a Penitenciária de Florianópolis, na Agronômica, cogitada para abrigá-lo, conforme o juiz federal corregedor da Penitenciária Federal de Porto Velho, Walisson Gonçalves Cunha.
O vencimento do prazo de permanência do traficante em presídio federal vence em junho e por isso o magistrado pediu ao sistema prisional catarinense que indique qual prisão ele deverá ser transferido.
Havia um pedido de renovação do Departamento de Administração Prisional (Deap) de SC para que Neném ficasse em presídio federal. Houve até uma decisão de SC, da 3ª Vara Regional de Execuções Penais de São José, na Grande Florianópolis, no mês passado, para que permanecesse mais 360 dias em prisão federal.
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O advogado Francisco Ferreira, defensor de Neném da Costeira, entende que a decisão do juiz federal de Porto Velho deve se sobrepor a de São José e afirma que o seu cliente já deveria ter retornado ao Estado. Ele ressalta a condição de saúde do detento, que vem piorando — Neném sofre de doença degenerativa da retina e estaria perdendo significativamente a visão.
“Líder e de alta periculosidade”
O preso está atualmente na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Ao determinar a transferência a SC, o juiz de Porto Velho registrou que “no âmbito do sistema penitenciário federal não foi apurado nada que indique concretamente a sua persistência de atuação no mundo do crime”.
Já o sistema prisional catarinense afirma no pedido judicial que Neném é indivíduo de alta periculosidade, envolvido com a facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC), líder de grupos criminosos, além de ser o traficante que abastece toda a Grande Florianópolis, mantendo contato inclusive com integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
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Nos últimos anos, as polícias Civil e Federal consideravam Neném da Costeira como um dos principais traficantes de drogas de Santa Catarina. As penas a que foi condenado somam mais de 40 anos de prisão. A última saiu em novembro de 2015, quando foi condenado a 21 anos e 10 meses de reclusão por homicídio em Florianópolis.
Em novembro de 2002, o bandido foi resgatado da antiga sede da Deic, que ficava em Capoeiras, por um falso entregador de pizza. A versão oficial na época é que o homem estava armado e dominou o policial de plantão. Neném ficou foragido até 2008, quando acabou sendo recapturado no Paraguai.