A tarde foi de sobe e desce de escadas, abre e fecha de portas e vai e vem entre os corredores. O que era para ser um embate entre duas candidaturas à presidência da Câmara até 2020, lideradas por Almir Vieira (PP) e Bruno Cunha (PSB), virou uma sessão de discussões e reviravoltas. O roteiro terminou com o adiamento da votação para a mesa diretora. Uma reunião com todos os vereadores nesta quarta deve definir se a votação ocorre na quinta-feira ou somente na semana que vem, quando o presidente da Casa, Marcos da Rosa (DEM), já estará de volta ao posto de presidente do Legislativo – até segunda ele substitui o prefeito Mario Hildebrandt, que está de férias.
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Toda a tarde foi marcada por negociações e indefinição. Quando parecia que o grupo formado pelo presidente em exercício da Câmara de Vereadores de Blumenau Almir Vieira (PP) teria os oito votos necessários para vencer a disputa para a presidência da Casa até 2020, a situação mudou. O vereador Bruno Cunha (PSB) conseguiu organizar um grupo de apoio e buscava até o início da sessão desta terça-feira um último voto que, nas contas dele, empataria a disputa em sete votos a sete.
Quando parecia que a votação iria dividir voto a voto as duas chapas, após um intervalo de 40 minutos para discussões, a votação ficou em xeque. Sete vereadores ligados à candidatura de Bruno deixaram a sala de reuniões da diretoria legislativa se negando a voltar à sessão para que não houvesse quórum nesta terça. A intenção era votar na quinta-feira porque, segundo Bruno, a diretoria da Casa teria alegado que o registro da candidatura da chapa deles teria sido feita poucos minutos fora do prazo.
Quando o plenário já estava vazio e parecia que a votação ficaria mesmo para quinta-feira, vereadores como Marcelo Lanzarin (MDB) intercalavam conversas entre o grupo de Bruno, reunido no primeiro andar no gabinete de Alexandre Matias, e os aliados de Almir, concentrados no terceiro andar. As idas e vindas indicavam uma tentativa de montar uma chapa de consenso, com nomes diferentes, algo que não prosperou
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Volta às sessão e pedido por retorno de Marcos da Rosa antes da votação
Depois de quase uma hora e meia, os sete vereadores voltaram ao plenário. Antes do fim da sessão, o líder do governo Alexandre Matias pediu a palavra e disse que o grupo não quis aceitar que a votação fosse feita durante o período de ausência do presidente Marcos da Rosa.
Nos ausentamos por entender que uma eleição dessa magnitude não pode ser feita sem o nosso presidente – afirmou na tribuna.
Em seguida, o presidente Almir Vieira informou que o grupo de Matias teria chegado a registrar a candidatura e que a votação só não teria ocorrido devido a um “problema jurídico” entre as chapas. Mais tarde, ele explicou que as duas chapas inscritas tinham um mesmo vereador – segundo Almir o nome seria de Sylvio Zimmermann – na composição da mesa diretora. Por isso, o setor jurídico da Câmara teria dito que as alianças poderiam ser impugnadas.
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É importante dizer que existia uma chapa pronta. Só por causa de condições jurídicas é que a votação não foi feita hoje – rebateu.
Almir ainda explicou que uma das chapas teria substituído o nome, mas que essa alteração teria sido feita após os 30 minutos de intervalo da sessão. Por isso, não teria sido aceita, o que revoltou os sete vereadores apoiadores do grupo, que deixaram a sessão para esvaziar o quórum e forçar uma votação apenas na quinta-feira.