Acusada de agressões contra a diretora de uma escola de educação infantil de Florianópolis na última sexta-feira (20), a mãe de duas crianças que foram removidas do lar após denúncia de maus tratos ao Conselho Tutelar, se manifestou na manhã deste sábado (21).

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Por telefone à NSC TV, a mulher disse que ambas as partes – ela e a diretora – trocaram agressões e afirmou que nunca agiu de forma negligente com os filhos. Com tom de preocupação, disse, também, que vai buscar todos os meios legais para reverter a situação e ter as crianças em casa outra vez:

— Eu tenho dois bebês e ainda são amamentados. Nunca houve negligência, muito pelo contrário. De vez em quando faltava um lencinho (umedecido), até pelas dificuldades que eu enfrento em criar eles, mas nunca maltratei ou fiz mal algum pra eles.

A mulher, que não será identificada para que as crianças sejam preservadas, contou que um dos filhos sofre autismo, motivo pelo qual chora com frequência, o que "incomodaria alguns vizinhos". Por esse motivo, define como infundada e vazia a denúncia anônima que chegou à creche.

Logo após a diretora ter sofrido as lesões, a reportagem conversou com o filho dela. Ele disse que a gestora teria recebido uma denúncia anônima sobre maus-tratos das crianças há cerca de dois meses, quando pediu orientações sobre como proceder às instâncias superiores.

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Depois de 60 dias, aproximadamente, o órgão responsável pela intervenção retirou as duas crianças do núcleo familiar. A informação foi confirmada pelo Conselho Tutelar. A mãe dos meninos, por sua vez, teria descoberto que laudos sigilosos foram enviados ao Conselho por meio da diretora, motivo pelo qual teria se dirigido até a escola,horas depois, a fim de tirar satisfação.

— Eu entrei na sala da diretora e disse: 'você é uma dissimulada. Ainda bem que você não vai continuar aqui no ano que vem'. Ela (a diretora) começou a me empurrar pra fora da sala e aí entramos em vias de fato — conta a mãe dos meninos.

À reportagem, afirmou que vai registrar queixa contra a diretora e o município, porque também estaria com ferimentos.

O que diz a Prefeitura de Florianópolis

A reportagem entrou em contato com Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis para comentar o caso, que emitiu nota ainda na sexta-feira, onde diz repudiar todo e qualquer tipo de agressão, porque "nada justifica a violência sofrida por uma profissional do magistério"

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À CBN Diário, na manhã do sábado (21), o secretário da pasta, Maurício Fernandes Pereira afirmou que uma investigação foi aberta, administrativamente, para saber se houve vazamento de informações dos laudos sigilosos, escritos pela diretora:

— Isso não poderia acontecer, nós vamos investigar. Os laudos têm que ser tratados com muita seriedade, pra não acontecer situações como a que ocorreu ontem.