Depois de o candidato Ricardo Nunes (MDB) desistir de participar do debate promovido pelo pool de veículos de imprensa RedeTV, Folha de S. Paulo e UOL, Guilherme Boulos (PSOL) foi entrevistado por uma hora e fez diversas críticas sobre a maneira como a gestão atual tem lidado com o apagão que afetou a Grande São Paulo nesta semana. Entre os apelidos usados, Boulos chamou Nunes de “fujão” e “pai do apagão”.

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O candidato do PSOL acusou a gestão atual de não ter feito a “lição de casa”, por não ter podado árvores da cidade, nem fiscalizado o serviço da Enel, companhia de energia que abastece a cidade.

— Essa crise dos apagões em São Paulo só vai acabar quando a gente tirar o Ricardo Nunes da prefeitura, porque esse apagão tem uma mãe e tem o pai. A mãe do apagão é a Enel uma empresa horrorosa, que vou trabalhar para tirar ela de São Paulo, e o pai é o Ricardo Nunes — apontou.

— A Enel presta um péssimo serviço que, aliás, é uma excelente resposta para aqueles que acreditam que privatização é a solução para todos os problemas. Uma empresa privada que assumiu piorou o serviço e tornou a conta mais cara. Ela demitiu funcionários e por isso demora mais para restabelecer energia. Agora, o pai dessa crise, o Ricardo Nunes, é um prefeito que ficou três anos e meio no cargo e não conseguiu fazer o básico que é fazer o manejo correto das árvores da cidade — continuou Boulos.

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Ele destacou que a responsabilidade pela poda segue compartilhada com a Enel, mas que a remoção das árvores podres, que teriam sido os principais casos de derrubada da rede elétrica, é de responsabilidade da prefeitura.

Promessas do candidato

O candidato afirmou ainda que, se for eleito, pretende contratar um maior número de engenheiros agrônomos para que as subprefeituras da cidade de São Paulo consigam fazer a manutenção da saúde das árvores. Ele também alegou que irá usar tecnologia por chip para evitar quedas.

— O manejo a Prefeitura de São Paulo tá com 180 engenheiros agrônomos hoje. Esse quadro foi ficando defasado, porque muitos se aposentaram e não se abriu novo concurso. Eu vou repor esse pessoal para ter um número necessário de engenheiros agrônomos para acompanhar o serviço de poda e, ao você fazer isso, de uma maneira mais inteligente usando tecnologia e inovação — destacou.

Através desse monitoramento com tecnologia, seria possível ver quais árvores precisam de um cuidado prioritário por possuírem saúde debilitada e maior risco de cair.

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— Monitoramento da saúde das árvores via satélite e por chipagem de árvore São Paulo praticamente, não usa. Como é que funciona? Hoje, para remover uma árvore em São Paulo, tem que ter uma reclamação do morador ligando para 156, gente que espera mais de um ano são 7.600 pedidos na fila, hoje, com o método artesanal. Então, nós vamos trazer inovação e tecnologia que já existe em várias cidades do mundo para poder garantir que o serviço de poda seja zerado — disse.

Ele também defende que seja feito o enterramento de fios na cidade, ainda que o projeto seja caro e demorado.

— O aterramento de fio para fazer na cidade inteira de uma só vez é impossível. Então, o que você precisa fazer é mapear nos últimos apagões quais as partes da rede elétrica que tiveram interrupção mais frequente. Ou seja, as mais vulneráveis. Essas partes você tem que priorizar no aterramento de fio. Vou procurar o governo federal propor uma parceria para entrar com recurso próprio da Prefeitura e também recursos do governo Lula para a gente iniciar o enterramento dos fios a partir dessas regiões mais vulneráveis — declarou.

Nunes cancelou participação na madrugada de quinta

O debate agendado para esta quinta com o pool de veículos de imprensa RedeTV, Folha de S. Paulo e UOL foi mantido em formato de entrevista após o cancelamento de Ricardo Nunes (MDB), anunciado na madrugada desta quinta-feira (17).

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A junção dos três veículos já ocorreu por conta de um pedido de Nunes, que declarou que iria participar de apenas três debates no segundo turno. No comunicado desta quinta, a ausência foi justificada por conta de uma reunião extraordinária convocada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) no mesmo horário.

O assunto do encontro seria medidas para enfrentar a próxima chuva, prevista para ocorrer nesta sexta-feira (18) no Estado.

“Em razão da reunião extraordinária agendada pelo governador Tarcísio de Freitas, o prefeito Ricardo Nunes não poderá comparecer hoje ao debate pela Prefeitura de São Paulo promovido pelos veículos RedeTV, Folha de S. Paulo e UOL”, disse a nota.

“Desde a tempestade de sexta-feira passada, foram desmarcados diversos compromissos da campanha à reeleição, dando prioridade às urgências da Prefeitura. Estão em vista os cancelamentos de outras agendas eleitorais, por conta das mudanças climáticas previstas para sexta-feira. A campanha de Ricardo Nunes lamenta a ausência no evento de hoje e solicita a compreensão dos organizadores, do candidato adversário e do público”, completa o documento.

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A organização do evento informou que faria a entrevista com Boulos a partir das 10h20, e lamentou o fato de a reunião extraordinária ter sido realizada no mesmo horário do debate.

“Diante da decisão, os organizadores seguirão o regulamento e realizarão entrevista com o candidato do PSOL, Guilherme Boulos. Os organizadores lamentam que, após mais de uma semana de negociação com as campanhas, Nunes não tenha encontrado na agenda do governador horário diferente para a reunião. Em respeito aos eleitores, ao regramento e ao acordo debatido exaustivamente com as campanhas, será feita a entrevista com Boulos”, afirmaram os organizadores do evento.

Boulos lamentou a ausência de Nunes no início da sua fala na entrevista, e afirmou que os eleitores da capital paulista “não aceitam covardia”.

— Mais uma vez o Ricardo Nunes fugiu, ele já havia durante três anos e meio fugido das responsabilidades de prefeito. Só veio trabalhar no tempo de eleição. Agora, nessa semana, fugiu das responsabilidades dele em relação ao apagão, jogando sempre para os outros e nunca assumindo seus erros. Hoje ele foge do debate, porque tem medo de debater ideias. Eu quero dizer para vocês e vocês sabem o povo de São Paulo é um povo corajoso, o povo de São Paulo é um povo que não foge à luta e São Paulo não aceita covardia. São Paulo despreza covarde, eu tenho certeza que esse recado vai vir nas urnas no dia 27 é lamentável — disse o candidato.

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*Com informações do g1

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