Cerca de 200 pessoas participaram na noite desta quinta-feira (25) de uma audiência pública no bairro Carianos sobre as desapropriações na construção do novo acesso ao sul da Ilha e ao novo terminal do aeroporto Hercílio Luz. Os moradores reclamaram dos valores das indenizações. O secretário de Estado da Infraestrutura, Carlos Hassler, participou pela primeira vez de um debate com proprietários. O resultado foi que a partir do dia 2 de maio, a secretaria vai receber os moradores para negociação.
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Na cobrança por prazos, o secretário Carlos Hassler relatou pressão.
A audiência aconteceu justamente no trecho mais crítico da obra, chamado de lote 1B, que tem apenas 32% dos serviços concluídos. Ele vai do viaduto do bairro Carianos, nas proximidades do Estádio da Ressacada, até o final do loteamento Santos Dumont.
Sobre as desapropriações, em alguns casos, o juiz Jefferson Zanini, da 2ª Vara da Fazenda Pública da Capital, se recusou a emitir a posse das terras em que o empreendedor (Deinfra) oferecia preços abaixo dos de mercado. Um exemplo foi a oferta de R$ 30 mil em imóveis avaliados em R$ 180 mil. Com a negativa do Judiciário, os processos tiveram que reiniciar.
O vice-presidente da Associação de Moradores do Carianos, Ike Bottega, defendeu que o valor pago por m² respeite a base do cálculo para o IPTU da região, que é em torno de R$ 550.
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Após a audiência, o secretário de Estado da Infraestrutura, Carlos Hassler, voltou a dizer que a obra fica pronta com pista simples até o fim de outubro e que uma perícia está sendo feita para calcular o m² do lote e dar uma base às negociações.
Para finalização da obra, são necessárias 191 desapropriações. Dessas, 126 já foram terminadas, de acordo com o Deinfra. Ainda há um saldo de 65 desapropriações a serem feitas. São 9 no Lote 1A, próximo ao elevado da seta – que não impedem o andamento da obra. As outras 56 áreas estão no lote 1B, próximo à Ressacada – sendo três delas no eixo da pista.