O Twitter padece, para investidores, de uma fórmula que mantenha o número de usuários em alta e abocanhe fatias maiores de publicidade – uma estratégia que o rival Facebook tem conseguido adotar com mais sucesso. E há tempos os números do microblog não animam. O volume de novos usuários desacelera a cada ano – cresceu apenas 5% no primeiro trimestre deste ano. A receita com publicidade deve chegar a US$ 1,7 bilhão em 2015, enquanto a do Facebook poderá passar de US$ 4 bilhões.

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O desafio atual é tentar entender para que lado vai o Twitter após o anúncio da saída do CEO Dick Costolo, em julho. A forma de expor o conteúdo será mudada? Quanto será esticado no limite de 140 caracteres? O serviço se aproximará mais a uma proposta de e-mail – e os usuários vão aceitar?

Não que os acionistas estivessem em lua de mel com Costolo, que não vinha correspondendo às pressões para transformar em lucro o aumento de usuários: o resultado de US$ 162 milhões no primeiro trimestre foi o menor desde a abertura de mercado, em 2013.

A dúvida é estratégia, novas tecnologias e crescimento de usuários. Parte dos analistas apostam que o microblog entrará na mira de grandes empresas da tecnologia muito em breve. O Google seria o principal comprador em potencial, desde que esteja disposto a pagar pelo menos os US$ 23 bilhões que o Twitter vale hoje.

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Pouca novidade afeta usuários

As mudanças internas ocorreram paralelamente a tentativas da empresa em se manter relevante no mercado, ainda que não seja por conta própria, como o Periscope e o Vine, serviços que pertencem ao Twitter. Por meio do primeiro, é possível fazer transmissões em vídeo ao vivo para seus seguidores. No segundo, a timeline é recheada de vídeos de seis segundos. São formas alternativas de comunicação que podem ajudar a empresa a voltar a crescer.

Na opinião do professor de Comunicação Social da PUCRS Eduardo Pellanda, especialista em mídias digitais, o problema a ser resolvido é a demora para mudar que assola os dirigentes do Twitter:

– A compra desses outros serviços é uma tentativa de abrir o escopo do negócio. Para tentar combater isso, eles anunciaram que as direct messages (DMs) poderão ter mais do que 140 caracteres, mas agora já foi, o WhatsApp já tem um baita poder. Eles foram muito lentos – avalia.

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O professor lembra que os perfis de usuários do microblog são diferentes. Ainda que, entre 2009 e o ano passado, o Twitter tenha conseguido manter sua relevância como rede social de pequenos comentários e compartilhamento de notícias, são eventos específicos que causam maior ação de quem ainda mantém a conta.

É por isso que as duas últimas Copas do Mundo, os reality shows de sucesso (como o recente Master Chef, transmitido pela Band, que dá muita ênfase ao uso da segunda tela) e os episódios finais de novelas mostram um crescimento pontual no uso. O futuro continua incerto para o pássaro azul.