O Sindicato dos Médicos de Santa Catarina quer mais segurança nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA). O presidente da entidade, Cyro Veiga Soncini, disse que a agressão a um pediatra que chegava para trabalhar neste domingo (5), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Sul da Ilha, serve de alerta para o risco a que profissionais de saúde estão expostos.
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— O sentimento é de indignação, sim, mas não apenas por ser um médico. É a indignação por um cidadão que sofre uma agressão brutal e é colocado à própria sorte. Uma ação criminosa. Se não fosse descoberto por um cidadão que passou por ali, poderia ter um estrago irremediável — afirmou Soncini, em entrevista ao Estúdio CBN Diário desta segunda-feira (6).
Cláudio Santos Pacheco, 58 anos, está internado na UTI do Hospital Baía Sul, sedado. Assim que o quadro clínico melhorar, ele será submetido a cirurgias de reconstituição da face, informou a prefeitura em nota.
Soncini disse que o caso difere de algum destempero eventual, por um problema em um atendimento ou um ato de desespero de um pai ou mãe, mas serve de alerta para os riscos dos profissionais e para a necessidade de mais segurança em unidades de saúde.
— O fato de agredir violentamente alguém que chega para o trabalho mostra que alguma coisa prévia aconteceu. As autoridades estão investigando e acredito que chegarão em breve à elucidação. O médico que está chegando para o trabalho é um agente público. Esse é o alerta que nós faremos: nossas autoridades, que se deslocam na cidade com escolta, não tem acompanhado o que acontece nos locais em que a população procura ajuda, auxílio. Precisamos mais segurança, por meio da Guarda Municipal, da empresa contratada, do efetivo de policiais militares. O que se pode fazer para mudar?
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Ouça a entrevista:
O Corpo Clínico de Médicos da prefeitura de Florianópolis divulgou uma carta aberta em que repudia a agressão e também cobra mais segurança:
Tal fato já é lamentável por mostrar que um cidadão foi covardemente atacado, torna-se mais grave quando este cidadão é um profissional de saúde que trabalha em um ambiente que tem por objetivo salvar vidas, e extremamente preocupante quando se dá dentro de um local de trabalho, deixando os funcionários a mercê da crescente violência.
Desde a inauguração das Unidades de Pronto atendimento norte e sul temos alertado sobre a insegurança nestas Unidades de Saúde, incluindo o seu estacionamento, insegurança que também se observa nas unidades básicas de saúde. Nem governo municipal e tampouco governo estadual assumiram responsabilidade pela segurança dos funcionários das unidades municipais, sempre transferindo a responsabilidade de um para o outro.
O médico encontra-se hospitalizado. Desejamos uma recuperação breve e sem sequelas, para que o mesmo volte a cumprir sua bela função profissional, que é a de salvar vidas.
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Entendemos ser necessário que as autoridades policiais apurem os fatos com prioridade e urgência. Entendemos ser de fundamental importância que a guarda municipal e a polícia militar passem a fazer a segurança das Unidades de Saúde de Florianópolis, especialmente nas unidades de pronto atendimento.