A violência nas escolas, para especialistas, é um reflexo da intolerância da sociedade de um modo geral. A discussão é levantada após uma professora do 4º ano do ensino fundamental do Colégio Estadual Rosa Torres de Miranda, no Jardim Atlântico, em Florianópolis, ter sido agredida pela mãe de um aluno nesta segunda-feira.

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Para a psicóloga educacional da Univali, Léia Viviane Fontoura, o contexto atual está voltado para se resolverem apenas as questões de si mesmo, deixando-se de lado a solidariedade e a convivência.

Apesar de ser vista como um espaço protegido, a escola não está imune a esse contexto, como acrescenta o professor do Laboratório de Psicologia Escolar e Educacional da Universidade Federal de SC (UFSC), Adriano Henrique Nuernberg. O professor acredita que os conflitos no ambiente escolar deveriam ser vistos como uma oportunidade de se ensinar a convivência, buscando-se soluções e respeito às diversidades.

Além das situações do cotidiano, ele acredita que as escolas deveriam incentivar a tolerância por meio de um projeto pedagógico, desde as séries iniciais. Os especialistas defendem a responsabilidade da instituição na formação dos sujeitos. Mas, assim como a escola, os pais têm um papel fundamental na implementação do que Léia aponta como uma “cultura da paz”.

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– Eles devem conversar com a escola, encontrar caminhos coletivos, afinal, é da educação dos filhos que estamos falando – reforça a psicóloga Léia.

Nuernberg destaca que, quando acontecerem, os conflitos devem ser resolvidos logo, no próprio ambiente escolar e na escola. Os pais também têm que ter consciência de que as suas atitudes servem de modelo para os filhos. Por isso, caso sinta que o filho foi prejudicado de alguma maneira, deve tentar fazer valer os direitos legais dessa criança ou jovem. Se agirem de maneira errada em algum confronto, a sugestão do especialista é assumir o equívoco, o que servirá como um exemplo de reparação.

– As diferenças são postas. Os pais, como educadores, devem buscar ao máximo o diálogo, para os filhos saberem que essa é a forma prioritária de se resolver conflitos – destaca o professor.

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