Julián Pereira de Melo, de 62 anos, respira com a ajuda de aparelhos na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Celso Ramos, após ter sido operado neste domingo por ferimentos graves no abdômen. O acidente de parapente ocorreu por volta das 17h de sábado na ponta do Gravatá, em Florianópolis.
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Mulher de Julián, Lucila Nobre, de 58 anos, informou que o marido estava passando férias com o filho mais novo e a cunhada. O restante da família também viajaria para a Ilha, porém ele teria chegado antes, às 9h de sábado. Todos moram em Resende, no Rio de Janeiro.
– Ele sempre gostou de esportes radicais. Há três anos que faz voo livre e nunca teve problema. Muito pelo contrário, sempre ajudou os amigos quando tinham algum perigo – contou Lucila.
No momento do resgate pela equipe do helicóptero Arcanjo, do Corpo de Bombeiros, o médico havia constatado a possibilidade de uma lesão no abdômen. Julián chegou ao hospital com ruptura no diafragma, baço perfurado e estômago deslocado para próximo do pulmão. Pela fragilidade, precisou ser sedado e recebeu ajuda de aparelhos para respirar.
Por falta de vagas na UTI do Hospital Celso Ramos, no Centro de Florianópolis, Julián precisou esperar para ser transferido. Mesmo assim, recebeu todo o tratamento necessário no Centro Cirúrgico. Ele deve permanecer na UTI pelo menos até esta segunda-feira, quando será feita uma nova avaliação médica.
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Acidente ocorreu no Leste da Ilha
O parapente sobrevoava a praia da Joaquina, no Leste da Ilha de Santa Catarina, e perdeu o controle cerca de uns 300 metros à frente de um local seguro para o pouso. O vento estava forte, conforme o major Diogo Bahia Losso, e isso pode ter contribuído para a queda. A ponta do Gravatá é passagem constante para voos de asa-delta e parapente. Segundo o major, outra ocorrência já foi atendida por ele na região em março.
Assita ao vídeo do resgate
Entrevista
Diogo Bahia Losso, major do Corpo de Bombeiros, fala da ocorrência que atendeu em que Julián de Melo caiu de parapente:
Diário Catarinense – Vocês encontraram o Júlian acordado?
Major Diogo Bahia Losso – Ele estava consciente, mas desorientado. Então não falou muito sobre o que teria acontecido.
DC – Como foi o procedimento no momento do acidente?
Major Losso – Da decolagem à aterrissagem demoramos 10 minutos, sendo que sete foram voando. Ele foi imobilizado e assistido pela equipe médica. No momento o quadro parecia tranquilo.
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DC – Como é o local onde ocorreu a queda?
Major Losso – Ele caiu em uns arbustos, entre uma pedra e as árvores. Isso com certeza amorteceu a queda. Na pedra teria sido pior. Um indicativo disso é que ele não tinha lesão nos membros inferiores, como aconteceu com o último homem que sofreu um acidente parecido, em março. Isso também reforça a questão que a queda dele foi amortecida.