Após um silêncio que durou 27 anos, a instituição sueca que concede o Prêmio Nobel de Literatura denunciou nesta quinta-feira a fatwa emitido à época pelo governo iraniano contra o escritor Salman Rushdie.

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Em um comunicado, o diretor da Academia Sueca, Tomas Riad, criticou a declaração feita pelas autoridades islâmicas iranianas em 1989.

“O fato de que a pena de morte é emitido como um castigo por uma obra literária também envolve uma grave violação do direito à liberdade de expressão”, disse a agência.

A academia tinha descido para tomar uma posição sobre a fatwa 1989 emitida contra Rushdie, argumentando o princípio da independência. A agência que dá o Prêmio Nobel de Literatura, em seguida, disse que se sentiu dividida entre mostrar apoio ao escritor e manter sua neutralidade.

“O princípio da independência da literatura de controle político é de fundamental importância para a civilização e deve ser defendida contra os ataques vingadores e defensores da censura”, acrescentou o diretor da academia.

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A publicação de “Os Versos Satânicos” em 1988 provocou uma feroz controvérsia, desde a proibição e a queima do livro em vários países árabes, até a declaração de uma fatwa contra Rushdie emitida pelo aiatolá iraniano Ruhollah Khomeini.

Desde então, o escritor vive sob proteção permanente.

Rushdie, nascido na Índia, se considera ateu e em suas memórias publicadas em 2012 disse que a “fatwa foi a primeira nota de uma música escura”.

“O princípio da independência da literatura de controle político é de fundamental importância para a civilização e deve ser defendida contra os ataques vingadores e defensores da censura”, acrescentou o diretor da academia.

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