Nesta terça-feira (7), os ônibus da empresa Biguaçu não saíram da garagem em protesto à demissão de 160 funcionários. Em carta enviada aos colaboradores, o diretor presidente Léo Mauro Xavier Filho justificou a decisão com as dificuldades financeiras, causadas pelo período de suspensão da circulação de ônibus e as exigências das prefeituras na retomada do serviço.

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– Diversos compromissos financeiros, bancários, pagamentos a fornecedores se acumularam e atrasaram por não estarmos operando normalmente. (…) Com o limite da capacidade do veículo, estabelecida pelas prefeituras e governo do estado para evitar o coronavírus nossa operação e equilíbrio financeiro ficam por completo inviabilizados – explicou na carta Mauro Xavier Filho.

Para o assessor do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano (Sintraturb) Ricardo Freitas, as demissões foram uma surpresa para a categoria. Os ônibus que circulam na Grande Florianópolis estão parados por tempo indeterminado.

– Todas as empresas (de ônibus) estão submetidas à mesma situação. Ela (empresa Biguaçu) é signatária de três acordos coletivos com previsão de estabilidade. Como vai pagar essas rescisões? (entre os demitidos) Há trabalhadores idosos e outros com pouco tempo de empresa – afirmou Freitas.

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Conforme o diretor presidente, custos adicionais como a aquisição de máscaras, álcool em gel para os profissionais, despesas com sanitização do veículo, testes de covid-19 agravaram a crise financeira da empresa.

– Infelizmente, tivemos que reduzir 160 postos de trabalho para buscar manter os 590 que permanecem – completou o diretor presidente da empresa Biguaçu.

Segundo Ricardo Freitas, o sindicato ingressará na Justiça com uma ação para a reintegração dos trabalhadores aos cargos. Uma reunião entre o sindicato e a empresa está prevista para as 16h desta terça-feira.