Após 10 anos da briga generalizada entre torcedores do Vasco da Gama e o Athletico Paranaense na Arena Joinville, um dos envolvidos foi condenado por quase matar um torcedor rival na “batalha campal”. O réu teria chutado e pisoteado a vítima que estava desacordada, quase a matando e foi condenado pelo tribunal do júri na quinta-feira (1º).
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A partida de futebol entre os clubes Atlético Paranaense e Vasco da Gama, válida pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2013, acabou na briga generalizada na Arena Joinville. Torcedores teriam invadido as linhas divisórias entre as torcidas e iniciado o embate. Dezenas de pessoas ficaram feridas e, entre as vítimas, estava um torcedor da equipe paranaense, que durante a confusão levou um soco e desmaiou. Enquanto estava desacordado, o réu, um integrante da torcida vascaína, o agrediu com pisões e chutes, tentando tirar sua vida.
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Segundo denúncia do Ministério Público (MPSC), o réu, ao perceber que a vítima estava caída, sem reação, se aproximou e desferiu um violento pisão na nuca dela com o objetivo de quebrar-lhe o pescoço. A denúncia descreve, ainda, que, mesmo diante da presença da Polícia Militar, que chegava ao estádio para separar os torcedores, o réu chutou a cabeça da vítima, que permanecia imóvel. A morte só não ocorreu porque a Polícia Militar começou a disparar tiros de borracha na direção do acusado, o que o impediu de continuar as agressões contra a vítima, que foi retirada do local.
Diante do ocorrido, o torcedor vascaíno foi denunciado pelo MPSC por tentativa de homicídio duplamente qualificado – motivo fútil e emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
— A tentativa de homicídio foi praticada por motivo fútil, devido a mera divergência e intolerância aos torcedores do time adversário — destacou o Promotor de Justiça Marcelo Sebastião Netto de Campos, titular da 23ª Promotoria de Justiça da Comarca de Joinville. Ele disse que o réu agrediu a vítima de forma violenta enquanto estava caída e desacordada, não podendo esboçar qualquer reação defensiva.
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Após apresentação da acusação e defesa, os jurados decidiram condenar o réu, que deve cumprir pena de quatro anos, dez meses e cinco dias de prisão em regime fechado. O réu foi ouvido e acompanhou o julgamento por videoconferência, pois cumpre pena no Rio de Janeiro por crime cometido em 2019.
Cabe recurso da decisão, mas o réu não terá direito de recorrer em liberdade. Ainda conforme o MPSC, em 2019, o réu do episódio em Joinville, junto com outros dois torcedores do Vasco da Gama, já havia sido condenado a 18 anos de reclusão pela morte de um torcedor flamenguista de 24 anos. O crime ocorreu em outubro de 2017, após uma briga entre as duas torcidas organizadas em Tenente Jardim, Niterói, Rio de Janeiro, horas antes de o jogo começar.
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