Um dos alvos da Operação Cartage, que investiga o tráfico internacional de drogas, foi solto pela Justiça. A ação ocorreu em 21 de novembro em quatro cidades catarinenses e foi coordenada pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar de Santa Catarina. O homem é suspeito de atuar como agiota na região da Grande Florianópolis, segundo o Ministério Público Federal (MPF).

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A decisão ocorreu em 30 de novembro. Conforme o processo, ao qual o NSC Total teve acesso, o investigado seria responsável pela ocultação do capital adquirido pela organização criminosa durante a prática dos crimes. O grupo, segundo o documento, usava o capital do empresário para exercer a agiotagem.

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Durante a ação, o homem foi preso preventivamente. No entanto, a defesa entrou com um pedido de revogação ao alegar que não havia fatos que relacionassem o empresário aos crimes e porque o homem era o único responsável pela mãe, que necessita de cuidados médicos.

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Na decisão, o juiz federal cita que o método da investigação e a questão familiar não seriam fatos que justificassem a soltura do suspeito. No entanto, como a defesa disponibilizou o extrato da movimentação bancária do empresário entre 2016 e 2022 para justificar as transações financeiras, o magistrado optou por revogar a prisão preventiva.

“Por mais que não seja possível concluir que a documentação apresentada exponha toda a movimentação financeira do requerente, pelo menos abre algum acesso a informações que, segundo se depreende, não foram objeto de quebra de sigilo bancário ao longo da fase oculta da investigação. Assim, a defesa demonstra sua colaboração com o esclarecimento dos fatos, o que corrobora a ideia de que o requerente não oferece risco à ordem pública. Além disso, com a medida de bloqueio de ativos já operacionalizada, eventuais recursos contidos em suas contas estarão à disposição do juízo”, diz a decisão.

O homem, porém, terá que cumprir medidas cautelares como o monitoramento eletrônico, recolhimento domiciliar no período noturno, proibição de ausentar-se da cidade onde mora por mais de dois dias, além de proibição de qualquer tipo de contato com os demais alvos.

Ao ser consultada pelo NSC Total sobre o caso, a defesa do suspeito enviou a seguinte nota:

“Na semana passada (30/11/2023), a Justiça concedeu a liberdade a um dos investigados que estava preso, sendo ele o único solto até o momento. Como as investigações ainda estão em andamento, a defesa manifestar-se-á após a sua conclusão“.

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Entenda a operação

As investigações da Polícia Federal que resultaram na operação começaram em 2021, depois de uma apreensão de um caminhão bitrem com cerca de 24 toneladas de maconha, ocorrida em Rancho Queimado, na Grande Florianópolis. Segundo a polícia, a carga tinha como destino a cidade de Palhoça, na mesma região. Na época, o caso foi a maior apreensão daquele ano no Estado.

Ao longo dos últimos dois anos, as forças de segurança prenderam oito pessoas e apreenderam cerca de 100 toneladas do entorpecente. Segundo o delegado da PF, Israel Castilho, os tijolos da droga apreendida, empilhados, alcançariam uma altura de cinco quilômetros.

Conforme a investigação, a droga apreendida entrava no país pela fronteira entre as cidades de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Depois disso, toda a carga seria trazida em caminhões bitrens para ser armazenada na região da Grande Florianópolis, em Santa Catarina. A contabilidade e a distribuição da maconha também ocorria a partir da Grande Florianópolis, segundo a investigação.

Durante a operação, foram cumpridos 29 mandados de prisão e 28 mandados de busca e apreensão em Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. A Justiça também autorizou outras ações, além das prisões e buscas, como o sequestro de 21 imóveis, 39 veículos, uma lancha, um jet ski e o bloqueio de contas bancárias de 51 alvos da investigação (entre pessoas e empresas). Além disso, foram determinadas medidas cautelares como monitoramento eletrônico contra 15 investigados.

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Conforme a PF, os investigados vão responder por tráfico transnacional de drogas, organização criminosa, tráfico de armas e lavagem de dinheiro, crimes cujas penas, somadas, podem chegar a 30 anos de prisão.

Veja fotos da Operação Cartage

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