Apoiadores do presidente Donald Trump invadiram o Congresso dos Estados Unidos (EUA), nesta quarta-feira (6), durante a contagem de votos para certificar a vitória do democrata Joe Biden nas eleições

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Cinco mortes foram anunciadas após a invasão. A primeira divulgada pelo chefe de polícia da capital norte-americana foi a de Ashli ​​Babbitt, uma manifestante mulher que foi baleada pela polícia. Durante a madrugada de quinta-feira (7) outras três mortes foram divulgadas, sem mais especificações. Um oficial da Polícia do Capitólio, que entrou em brigas físicas com manifestantes, não resistiu e morreu em consequência dos ferimentos sofridos.

52 manifestantes foram presos por incidentes violentos e muitas pessoas foram levadas a hospitais da região com ferimentos leves e graves depois da queda de um andaime na frente do Capitólio.

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Os manifestantes romperam a segurança do Capitólio por volta das 14h30 no horário local (16h30 de Brasília), o que imediatamente levou a um toque de recolher na sede do Legislativo. Congressistas, assessores e jornalistas que estavam no local foram levados para salas de segurança no prédio. Os manifestantes foram retirados e a sessão foi retomada ainda na quarta-feira, certificando a vitória do democrata Joe Biden.

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Até mesmo os plenários das duas casas foram transformados em bunkers para proteger os deputados e senadores que estavam no local. O sinal de TV foi cortado das duas localidades. Bombas de gás lacrimogêneo foram usadas contra os manifestantes e testemunhas relataram cheiro de fumaça no local.

Apoiadores de Trump invadem o Congresso dos EUA
Manifestantes pró-Trump romperam a segurança do Capitólio, o que imediatamente levou a um toque de recolher na sede do Legislativo (Foto: Saul Loeb / AFP)

O confronto entre os apoiadores de Trump e a polícia do Capitólio (responsável pela segurança do Congresso americano) começou cerca de uma hora antes, logo que os parlamentares iniciaram o debate para certificar a vitória de Biden. Os manifestantes tinham participado de um ato de apoio a Trump em Washington pouco antes e, logo que este foi encerrado, se dirigiram para o Congresso em uma tentativa de pressionar deputados e políticos a não confirmarem a vitória do republicano.

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Nas redes sociais, Trump criticou o vice, Mike Pence, depois que ele se negou a se opor à certificação do Congresso da vitória eleitoral de Biden. “Mike Pence não teve a coragem de fazer o que deveria ter sido feito para proteger nosso país e nossa Constituição”, tuitou Trump. “Os EUA exigem a verdade!”.

Trump fez esta declaração depois que Pence, desafiando o presidente, disse em um comunicado que não interviria para deter a ratificação da vitória de Biden, um procedimento constitucional.

Mais tarde, Trump publicou um vídeo dizendo aos manifestantes “irem para casa”. Ao mesmo tempo em que pedia aos apoiadores que fossem para casa, Trump repetiu suas alegações incendiárias de que as eleições de novembro, vencidas pelo democrata Joe Biden, foram “roubadas”.

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“Sei que estão sofrendo”, disse Trump em um vídeo de um minuto, postado no Twitter. “Tivemos uma eleição que foi roubada de nós”. “Mas vocês precisam ir para casa agora”, afirmou. “Precisamos ter paz. Precisamos ter lei e ordem”.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, denunciou a invasão do Capitólio como uma “insurreição” e exigiu que o presidente Donald Trump fosse à televisão para por um fim ao violento “cerco”.

“Neste momento, nossa democracia está sob ataque sem precedentes”, disse o veterano democrata em Wilmington, Delaware, depois que centenas de apoiadores de Trump que protestam contra a derrota do republicano nas eleições invadiram o prédio do Capitólio e colocaram os legisladores do país em risco.

“Peço ao presidente Trump que vá à televisão agora para exigir o fim deste cerco”, urgiu Biden. “Invadir o Capitólio, quebrar janelas, ocupar escritórios, o chão do Senado dos Estados Unidos… ameaçar a segurança de funcionários devidamente eleitos? Não é um protesto, é uma insurreição.”

EUA
Confronto entre manifestantes e policiais na frente do Capitólio (Foto: Joseph Prezioso / AFP)
Manifestação nos EUA
Polícia prende manifestante em Washington (Foto: ROBERTO SCHMIDT / AFP)

*Com informações da Folhapress.

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