Um aplicativo de celular com 350 milhões de usuários no mundo virou moda entre profissionais da segurança de SC. O WhatsApp funciona como um SMS mais completo.

Continua depois da publicidade

A grande vantagem é que mistura a facilidade da mensagem de texto com a possibilidade de criar grupos dos e-mails convencionais. Permite a troca instantânea de imagem, vídeo, mensagem e áudio.

O aplicativo ficou tão popular que, hoje em dia, quando alguém pede o telefone de uma pessoa, pergunta logo se ela tem WhatsApp. Um usuário pode estar em vários grupos diferentes.

Um policial civil de um setor de inteligência, por exemplo, está no grupo dele, no grupo de uma delegacia de área, de uma divisão específica da PF, de um determinado batalhão da PM, do Deap, entre outras instituições.

Continua depois da publicidade

Os 14 policiais da Delegacia de Repressão a Roubos (DRR) da Capital tem um grupo há seis meses. O administrador é o agente Hepp. Só ele pode cadastrar novos integrantes, que são policiais e tem a responsabilidade de decidir para quem e qual informação repassar.

– Quero criar um grupo com todos os grupos que nós usamos no Estado – contou Hepp.

Entre tantas situações, o aplicativo já ajudou a equipe quando um PM abordou um suspeito no Norte da Ilha, jogou no WhattsApp e o grupo da DRR identificou que era o autor de um assalto no Centro.

O diretor do Instituto Geral de Perícias, Rodrigo Tasso contou que o aplicativo é usado entre os peritos do IGP para tirar dúvidas entre eles, num primeiro momento da perícia.

Continua depois da publicidade

– Perguntam se alguém conhece uma determinada arma ou se sabe onde fica o chassis de uma moto. É usado para uma primeira troca de informações. Não é uma forma de comunicação oficial – disse Tasso.

Um policial militar de um setor de inteligência que prefere o anonimato disse que atualmente ninguém consegue trabalhar sem o aplicativo.

– Uma troca de informação que antes demorava dois dias, hoje acontece em segundos – contou.

Continua depois da publicidade

O policial faz parte de 30 grupos diferentes. Está conectado a 1.500 profissionais da segurança em SC. Todos recebendo a mesma informação, ao mesmo tempo.

Falta de investimento na comunicação

O WhatsApp é um complemento do rádio, que continua em uso para a comunicação imediata de ocorrências. É que a maioria dos aparelhos funcionais de policiais civis e militares são modelos muito antigos e sem plano de dados para acessar a internet.

Titular da DRR, o delegado Luiz Felipe Rosado disse que o uso do WhatsApp foi instituído pelos próprios servidores para ajudar na resolução de crimes e na obtenção de informação.

Continua depois da publicidade

– O Estado não incentiva por ausência de recursos. O policial que usa o aplicativo precisa, com investimento próprio, comprar um smartphone e contratar um plano de dados – observou o delegado.

A assessoria do secretário de Segurança Pública César Grubba informou que quem define a “modernização” de aparelhos e planos é a Secretaria de Administração. E que, enquanto isso não acontece, a SSP priorizou sua Diretoria de Informação e Inteligência para distribuir a cota de smartphones que adquiriu com o fundo da SSP.

A próxima etapa, conforme a assessoria, é pedir para a Administração cota suplementar de plano de dados para a Inteligência. A SSP promete que tablets, notebooks e smartphones serão adquiridos para unidades policiais de 82 municípios nas fronteiras por meio de convênio federal.

Continua depois da publicidade

A assessoria disse que não sabe se é possível dizer se um dia os 19 mil agentes da SSP ganharão smartphones e planos de dados do Estado.

Enquanto o governo não faz um investimento maciço na modernização da comunicação, os policiais da linha de frente continuarão a pagar do próprio bolso por tecnologia.

Algumas forças de segurança que usam em SC:

– Polícia Militar; Polícia Civil; Polícia Federal; Polícia Rodoviária Federal; Polícia Militar Rodoviária; Corpo de Bombeiros Militar; Guarda Municipal; Departamento de Administração Prisional; Instituto Geral de Perícias.

Continua depois da publicidade

Algumas utilidades para as forças de segurança:

– Compartilhar ocorrências; Identificar suspeitos; Reconhecimento de foto junto à vítima; Auxiliar na perícia; Pedir apoio em situações de emergência; Checar placas de veículos.

Tenente-coronel Araújo Gomes compartilha informações

Foto: Charles Guerra / Agência RBS

O 4º Batalhão de Polícia Militar é pioneiro no uso de WhatsApp em Santa Catarina. A unidade está conectada com policiais e instituições em todo o Estado. Confira a entrevista com o comandante do 4º BPM, tenente-coronel Carlos Alberto de Araújo Gomes:

Diário Catarinense_Qual a vantagem do aplicativo?

Araújo Gomes – É uma ferramenta de apoio para troca rápida de informações, mantém os grupos operacionais integrados e informados, ajuda a criar redes de inteligência. Trabalha com o conceito da construção de conhecimento pela colaboração coletiva.

Continua depois da publicidade

DC_Como é o compartilhamento do conteúdo?

Gomes – É disseminado entre pessoas qualificadas. A informação é rapidamente analisada e criticada por diferentes atores fazendo com que a produção de conhecimento seja eficaz com velocidade e abrangência muito grande.