Os apreciadores de cerveja têm mais um motivo para irem de bar em bar na Grande Florianópolis e, em breve, também em outras regiões do Estado — onde atuam cerca de 50 cervejarias, conforme a Associação das Micro Cervejarias Artesanais de Santa Catarina (Acasc). Às vésperas do Dia Mundial da Cerveja, comemorado nesta sexta-feira, um grupo de 13 cervejeiros criou o movimento Eu Bebo Cerveja Local. A ideia é incentivar a produção e, principalmente, o consumo da bebida artesanal feita na região por meio de garrafas retornáveis de um litro específicas para o transporte de chope.

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Veja onde comemorar o Dia Mundial da Cerveja em Santa Catarina

Desde o lançamento do aplicativo do projeto (disponível para iOS e Android), há menos de duas semanas, já foram vendidos 3 mil growlers — como são chamados os refis. A ferramenta digital mapeia os bares participantes, diz quais cervejas estão disponíveis para recarga e o preço de cada tipo, além de oferecer descontos de pelo menos 10% para quem tiver a garrafa específica. O cervejeiro Filipe Costa, proprietário do bar e cervejaria Sambaqui, conta que foram necessários pedidos emergenciais do produto, que é vendido vazio a R$ 10 e pode ser preenchido por chopes com valores que variam de R$ 20 a R$ 35 o litro, dependendo do tipo.

— Essa ideia de recipiente está presente na Alemanha e nos Estados Unidos. Aqui, nós tínhamos modelos de outros materiais, que comportavam dois ou três litros e eram vendidos a R$ 50. Agora está mais barato e a gente consegue fomentar a cadeia local. O consumidor percebe a diferença, porque quanto mais próximo é produzido, mais fresco é o produto — detalha o empreendedor, que começou a produzir cerveja em casa e, em 2013, fundou a marca. Hoje são dois bares em Florianópolis e a fabricação é terceirizada.

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Bebida fresca e conservada

Conservada na geladeira, a cerveja no growler pode ser consumida em até uma semana. A vantagem, segundo os organizadores, está na ausência do processo de pasteurização, visto que a garrafa é fechada hermeticamente.

São 50 tipos da bebida oferecidos pelos cervejeiros locais. Depois de provar as variedades sazonais, cervejas envelhecidas e produzidas com ingredientes locais, os consumidores devem enxaguar a garrafa retornável e partir para o próximo bar.

Todas as empresas participantes têm growlers próprios, mas que podem ser recarregados em qualquer um dos estabelecimentos. Até o momento, participam da iniciativa: Cervejaria da Lagoa, Cervejaria Vodu, Cervejaria Coza Linda, Coza Bar, Cervejaria Kairós, Cerveja Sambaqui, Klaus Bier, Cervejaria Armada, Cervejaria Unika, Liffey Brewpub, Books & Beers, DesteHop Chopp, Bar Ilustríssimo e O Viking.

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— Recebemos uma proposta da Acasc para ampliar para outras regiões. É possível que estejamos espalhados por Santa Catarina até o fim do ano — antecipa um dos idealizadores, Idney José da Silva Junior.

Se ainda estiver na dúvida de onde ir tomar cerveja neste fim de semana, o site Bar Pra Hoje lista quais estabelecimentos estão abertos e o que servem. É para não deixar de brindar.

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5 dicas para usar corretamente o growler

Não tem água no chope catarinense

Desde que os imigrantes alemães chegaram ao Vale do Itajaí, a cultura da cerveja foi disseminada em Santa Catarina. A produção artesanal já não é exclusividade dos municípios da região de Blumenau, que aguarda aprovação no Senado para ser conhecida como a Capital Nacional da Cerveja.

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Segundo a associação responsável pelo setor, as 50 marcas do Estado estão distribuídas em 32 cidades. O modelo do Vale da Cerveja, que estimula o turismo no Vale Europeu por meio de visitas e degustações nas cervejarias locais, está sendo replicado na Grande Florianópolis na forma do Caminho Cervejeiro.

Na última edição de um dos maiores concursos de cervejas artesanais na América do Sul, o South Beer Coup, o Estado recebeu 11 medalhas. A Bierbaum, de Treze Tílias, acumulou cinco prêmios no mesmo evento e foi eleita a melhor cervejaria do ano em 2016.

A exemplo da vitivinicultura, a aposta entre os cervejeiros catarinenses está no cooperativismo e na colaboração entre as empresas. Segundo o presidente da Acasc, Carlo Lapolli, o Estado tem dois grandes diferenciais.

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— O primeiro é que a maioria dos nossos empreendedores reúne a preocupação com a gestão do seu negócio à paixão pela cerveja. O segundo é que graças a uma cultura já arraigada, temos aqui um consumidor que está acima da média nacional em conhecimento sobre a bebida e que estimula nossas cervejarias a irem cada vez mais longe.