Uma percepção diferente pode transformar uma geração inteira, e isso é provado quando se existe oportunidades. Para a coordenadora pedagógica do Comitê para Democratização da Informática de SC (CPDI), Cleusa Kreusch, o número baixo de mulheres no nas áreas de tecnologia – cerca de 70% dos cargos são preenchidos por homens – serviu como um impulsionador para a criação do curso App’s Só Para Meninas, através do CPDI. Com o apoio da Prefeitura de Florianópolis, meninas de 8 a 14 anos aprendem como programar e trabalhar com canvas.

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O propósito é aumentar o número de mulheres no mercado de trabalho no setor de tecnologia e estimular as novas gerações a seguir essa carreira. Segundo a coordenadora, estudos apontam que a desigualdade de gênero na área começa aparecer ainda na fase infantil. O número de meninas que desejam realizar um curso de engenharia é quatro vezes menor do que o de meninos.

— Percebemos que os cursos de programação só eram preenchidos por meninos e isso era gritante. Então, quando surgiu um edital voltado para esta temática, inscrevemos o projeto e fomos contemplados. Embora o projeto aconteça para ambos os sexos dentro das instituições parceiras, foi preciso mostrar que as meninas podem e devem ter espaço nesta área — relata a coordenadora.

Para a estudante Andressa Tiecher Schelski, de 14 anos, aluna da mais recente turma do curso, que aconteceu entre março e abril, encontrou no App’s Só Para Meninas uma oportunidade de aprofundar os seus conhecimentos na área de informática, além de se preparar para o mercado de trabalho.

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— O aprendizado ajuda não só no profissional, mas também no pessoal. Auxilia na escola, na realização de trabalhos e outras atividades do dia a dia. Fazer um curso como esse é muito bom, pois ele promove conhecimentos que deveriam ser o básico para um profissional e também fornece uma base do que e como trabalhar — enaltece Andressa.

De acordo com a coordenadora, os frutos estão sendo colhidos, com a formação de novas meninas, que ingressam no mercado de trabalho e, em alguns casos retornam ao projeto, mas não mais como aluna.

— Hoje, já conseguimos aumentar e muito a participação de meninas e mulheres nos nossos cursos. Temos muitos cases de sucesso, inclusive, de jovens que fizeram nossos cursos e no momento estão trabalhando na área. Uma de nossas professoras de programação, foi nossa aluna, se destacou e foi convidada a dar aula — relata.

Criando oportunidades

A premissa principal do CPDI, é difundir o conhecimento tecnológico para todos, é criar cidadãos. A prioridade é trabalhar com temas relevantes, que integram a realidade de cada público e utilizam a tecnologia como um meio de realizar.

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— O que importa realmente é o que será feito com o conhecimento adquirido, queremos crianças e jovens preocupados em resolver problemáticas das suas realidades, que desenvolvam aplicativos, jogos e sites com propósito — enfatiza a coordenadora.

Aderindo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como aliados no desenvolvimento, um dos itens é a igualdade de gênero e garantir a participação plena e efetiva na igualdade de poderes e liderança.

Preparar as jovens para o mercado de tecnologia, permite que mulheres possam concorrer de maneira igualitária a cargos no setor. Florianópolis é um dos maiores polos de tecnologia do estado, e está sempre em busca de profissionais qualificados. Para a coordenadora, é uma oportunidade para profissionais, que estão se preparando dentro das comunidades locais, possam ocupar e se destacar nas vagas, criando soluções com propósito.

— E, também, mostrar a importância da presença feminina na construção da economia digital, onde para além da representatividade, temos o desafio da quebra do estereótipo de gênero construído historicamente que tende a dizer que mulheres não estão aptas para trabalhar com tecnologia — afirma.

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Todos podem participar

O projeto App’s Só Para Meninas é totalmente online e gratuito. Para realizar a inscrição, é necessário apenas acessar o site do projeto e fazer o cadastro. Então, é só aguardar o contato do telefone informado na inscrição. O CPDI não fornece computador ou acesso a internet, para participar, é importante que a aluna tenha acesso aos dois.

Alguns trabalhos realizados nas edições do curso:

Receitas do Mundo, por Vitoria Braghim:

https://galeria.fabricadeaplicativos.com.br/receitas_do_mundo

SexualEducationPedia, por Polliana Cardoso:

https://galeria.fabricadeaplicativos.com.br/sexualeducation.pedia

Todas Nós!, por Odara Mellanie S. Oliveira:

https://galeria.fabricadeaplicativos.com.br/todas_nos

Quanto Mais Água Melhor, por Valentina Constante:

https://galeria.fabricadeaplicativos.com.br/quanto_mais_agua_melhor_2761908