Por essa, nem ele esperava. Diogo, o volante de 22 anos que chegou de mansinho do Figueirense, assumiu a vaga do badalado Rafael Carioca, vendido ao Spartak Moscou-RUS. Com muita aplicação tática e um chute potente, o paranaense de Arapongas tem tudo para começar o ano como dono da cabeça-de-área do Grêmio. Será um tanque à frente dos zagueiros.

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O curioso é, justamente, o elemento-surpresa. Em entrevista antes do treino físico de ontem, Diogo admitiu que superou as próprias expectativas ao ganhar um colete de titular nos trabalhos em Bento Gonçalves. Talvez pela boa adaptação a Willian Magrão, Tcheco e Souza, companheiros de meio-campo. Ou ao desempenho no último Brasileirão.

– O Celso deve ter visto meus jogos no ano passado – arriscou.

O fato é que, nesta pré-temporada, Diogo mostra mais traços de primeiro volante, aquele designado à proteção dos zagueiros. Faz bem a função, apesar de ter atuado como segundo homem no Figueirense. Jogou assim tanto no 3-5-2 quanto no 4-4-2. Ele explica:

– Era como se fosse o Willian Magrão.

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Mas lembra também Rafael Carioca porque comete poucas faltas. A estatística vem da memória de Diogo: contabiliza cinco cartões amarelos em mais de 60 jogos nas últimas duas edições do Brasileirão. Nunca foi expulso, jura.

Com 1m81cm e 80 quilos, o volante tem mesmo porte para a posição, ou os colegas não o chamariam de “tanque”. Culpa do lateral-direito Ruy, ex-Figueirense e que disseminou o apelido entre o grupo que veio a Bento. Diogo justifica a alcunha, sem deixar de reclamar que agora precisa “aguentar o povo”.

– Sou um jogador de vigor físico que não pede a bola. O Gauchão pede isso – afirma.

Pede também humildade. O volante põe o pé no freio e sublinha que não é titular absoluto. Ainda assim, curte o momento. Circula pelo Dall?Onder Vittoria Hotel, concentração do Grêmio, com o uniforme da delegação somado a um par de brincos e corrente com crucifixo prateado. São os acessórios do Tanque.