Santa Catarina é reconhecida pela qualidade na produção de alimentos de origem animal e uma dessas conquistas está na área da apicultura. O Estado costuma ficar entre o terceiro ou quarto maior produtor de mel do Brasil e a produção daqui já foi classificada seis vezes entre as melhores do mundo.
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Segundo Rodrigo Durieux da Cunha, chefe da divisão de estudos apícolas da Epagri, a diversidade da flora é um dos diferenciais de Santa Catarina.
— Temos uma série de fatores que, naturalmente, favorecem a produção de mel, como a extensa área de mata nativa e flora diversificada. Além disso, o Estado possui várias áreas de relevo acidentado, onde não é possível a exploração agropecuária, mas são ideais para a apicultura — observa Rodrigo.
As condições climáticas também beneficiam a atividade. As poucas chuvas favoreceram a produção da safra 2019/2020, que somou 7,5 mil toneladas de mel, superando a média estadual, que é de 6,5 mil toneladas, segundo dados da Secretaria Estadual de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural.
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— O tempo mais seco permite que as abelhas saiam mais das colmeias e diminui a umidade do néctar, aumentando, assim, o rendimento do favo, também porque as abelhas gastam menos energia para desidratá-lo. Quando chove bastante, as abelhas saem menos na colmeia, consumindo o mel estocado, provocando maior risco de perda de mel na colheita — explica o especialista.
Produção familiar
O censo agropecuário 2017 do IBGE aponta cerca de 17 mil estabelecimentos agropecuários com apicultura no Estado e 300 mil colmeias. Somente em 2019, segundo o levantamento realizado pela Epagri e Faasc, aproximadamente 6 mil famílias rurais de Santa Catarina tinham na meliponicultura uma fonte de renda complementar. A maior parte da produção fica nas propriedades, para consumo das famílias rurais. Entretanto, a multiplicação racional e venda das colônias vêm se tornando alternativas de renda no campo.
Uma das iniciativas para estimular esse mercado, a tradicional Feira do Mel de Florianópolis aproxima os consumidores dos produtores de Santa Catarina, divulgando o potencial da cadeia de mel, a qualidade e a diversificação do produto catarinense. Neste ano, devido à pandemia, a 21ª edição da feira precisou ser adaptada para a realidade virtual, o que ampliou também o alcance, já que agora pessoas de todas as cidades do Estado e do Brasil podem adquirir o melhor mel do mundo.

— Com isso vamos trabalhar o desenvolvimento territorial, divulgar os produtos regionais, além de oportunizar aos pequenos entrepostos e produtores maior inserção no mercado — diz o Presidente da Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (Faasc), Ivanir Cella.
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O site, onde acontece o evento até o dia 31 de julho, traz ainda diversas receitas com o alimento, além de curso de culinária online com receitas de mel.
Embora o mel seja o produto mais famoso resultante das colmeias, a Epagri reforça que o maior impacto econômico da apicultura catarinense está no ganho de produtividade da maçã, pera, ameixa e outras culturas, pelo trabalho de polinização das abelhas. Segundo o levantamento mais recente feito pela Faasc, em 2014 foram alugadas aproximadamente 45 mil colmeias para serviço de polinização em pomares de macieira.
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Criar abelhas também permite a produção de própolis, pólen, geleia real e apitoxina, produtos que servem de matéria-prima para as indústrias farmacêutica, alimentícia e cosmética.
*Com informações do Governo de Santa Catarina
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