O alívio começou pingado. Depois de oito dias sem água, moradores de Florianópolis viram a partir da madrugada de sábado os reservatórios das residências serem restabelecidos. Exceto em alguns pontos mais altos, o final de semana foi de mais serenidade para quem passou Natal e Réveillon com as torneiras vazias.
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Isso ocorreu mesmo no Norte da Ilha, uma das regiões mais afetadas. Na casa de Jeferson Secato, localizada na Servidão Pepo Manoel da Rosa, no Santinho, o problema parecia mais perto de resolvido na tarde de hoje. A residência ficou sem água do dia 26 até sexta-feira. Mas, ainda assim, com ressalvas.
Conforme Secato, a força da água subindo pelos canos tem sido maior à noite. Durante o dia, a água vem bem fraca, aos pingos. Apesar dos reservatórios mais cheios, Secato ainda estava inconformado com os problemas causados.
– Ficou muito ruim para a imagem da cidade, que é turística e se vale de propaganda para atrair visitantes. Tenho vizinhos que, por problema de doença na família, tiveram que comprar bombonas para dar banho em crianças com catapora.
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Nesta tarde, o reflexo do restabelecimento podia também ser sentindo no 0800 643 0195 da Companhia Catarinense de Água e Saneamento (Casan). Mesmo sem um parecer técnico – o último repassado na sexta-feira dava conta dos pontos críticos e que o serviço estaria restabelecido às 23h59min daquele dia – o número de telefonemas com reclamações havia caído significativamente. Somente moradias em lugares pontuais enfrentavam dificuldades no final de semana.
Situação bem diferente dos últimos dias, quando as linhas ficavam congestionadas e os atendentes anotavam os endereços para repassar as equipes de plantão. A origem era, principalmente, moradores dos balneários de Canasvieiras, Jurerê, Ingleses, entre outras. Por coincidência, eles enfrentaram dias marcados por altas temperaturas.
Em algumas casas não havia água sequer para dar descarga no vaso sanitário. Por causa da falta de água, turistas anteciparam o retorno para suas cidades. O comércio e a rede hoteleira se sentiram prejudicados.
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Mesmo comemorando 95% de ocupação da rede hoteleira, o trade turístico de Florianópolis acredita que a falta de água – e também de energia elétrica em alguns pontos – vão trazer prejuízos futuros ao setor. A Casan responde que a distribuição de água no Norte da Ilha durante o ano é de 250 a 260 litros por segundo. Na temporada, o mesmo consumo de 500 litros por segundo.