A educação básica do trabalhador catarinense avançou nos últimos anos, mas ainda está abaixo da média nacional. Segundo levantamento mais recente, 54,4% dos empregados na indústria do Estado tinham o ensino básico completo em 2014. O número representa um avanço de 3,1 pontos percentuais entre 2012 e 2014. No mesmo período, a média nacional cresceu 4,1 pontos percentuais, de 53% para 57,1%.

Continua depois da publicidade

Estela Benetti: William Waack e Cristovam Buarque na Jornada de Inovação

Considerada uma questão central para o ganho de produtividade na indústria do Estado, a educação do trabalhador está na pauta da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). Por isso, marca parte da programação da Jornada da Inovação, evento que começa hoje e segue até sexta-feira na sede da entidade, em Florianópolis, e pretende reunir 3 mil pessoas. De acordo com a Fiesc, 48% das pessoas que atuam no setor, que engloba a indústria de extração, transformação e construção, concluíram o ensino médio. E apenas 7% dos trabalhadores teriam terminado o ensino superior. No ensino fundamental, a taxa de pessoas que não completaram os estudos é de 17%.

Em 2016, previsão da Fiesc é matricular 300 mil novos alunos em cursos profissionalizantes e de longa duração
Em 2016, previsão da Fiesc é matricular 300 mil novos alunos em cursos profissionalizantes e de longa duração (Foto: Patrick Rodrigues / Agencia RBS)

— As indústrias e o setor produtivo em geral compreenderam que precisam de fato ter trabalhadores com qualidade técnica e profissional. Perceberam que essa é a melhor forma de melhorar a produtividade. Mas, claro, estamos longe do ideal — avalia o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte.

Ele assumiu a educação como uma bandeira de gestão à frente da entidade. E admite que o índice ideal de trabalhadores com ensino básico completo deveria ser de pelo menos 80% em Santa Catarina.

Continua depois da publicidade

Movimento “Indústria pela Educação” se torna “SC pela Educação”

Dentro das ações para atingir a meta, Côrte projeta que só neste ano a Fiesc deve matricular cerca de 300 mil novos alunos, tanto em cursos profissionais como nos de longa duração. O número, entretanto, ficaria abaixo do registrado no ano passado, quando 350 mil profissionais passaram pelas cadeiras dos cursos oferecidos pela federação. O motivo, segundo Côrte, é o agravamento da crise econômica, que tem prejudicado também o setor educacional.

Primeiro dia tem foco em ensino

O impacto da educação na produtividade e no desenvolvimento econômico do país guiará os debates do período da tarde de hoje. A partir das 13h30, o senador Cristovam Buarque, o articulista do Valor Econômico, Naércio Menezes Filho, e o diretor de educação e tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi participam do ciclo de palestras sobre educação.

Pela manhã, o médico americano Michael O¿Donnell, diretor do Centro de Pesquisa em Gestão de Saúde na Universidade de Michigan e editor-chefe da revista American Journal of Health Promotion, discutirá sobre os fatores que contribuem para a saúde do trabalhador e que, consequentemente, aprimoram a qualidade de vida. Os empresários Sergio Luiz Pires, da Tecnoblu, e Eliane Molina, da Unilever, debaterão a realidade nacional e catarinense dos programas de saúde, em painel mediado pelo médico Fernando Cembranelli.

Serão mais de 35 horas de palestras, debates e talkshows, sendo que a grande maioria já está com as inscrições encerradas. Entretanto, os painéis com os especialistas Michael O¿Donnell, Cristovam Buarque, Elisabeth Reynolds e William Waack serão transmitidos ao vivo pelo canal da Fiesc no YouTube.

Continua depois da publicidade

Clique aqui para conferir a programação da Jornada de Inovação completa.