O esquema montado pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) para evitar falta de água entre Natal e Ano-Novo na Grande Florianópolis parece ter funcionado.
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Segundo dados do próprio órgão do Estado, o número de rompimentos da rede se manteve (de cinco a 10 por dia), o tempo de conserto foi diminuído (de, no máximo, quatro horas frente às habituais seis horas), a pressão permaneceu a mesma e não houve registro de interrupção de abastecimento no feriado de Ano-Novo na região. Somente quebras de tubulações, estouro de bombas e rompimentos de hidrômetros, por exemplo, foram monitorados pela empresa.
A moradora do Centro de Florianópolis, Solange de Paulo, comprova em partes a regularidade no abastecimento durante os últimos 10 dias.
?- Teve falta de água aqui na Rua Waldomiro Monguilhote, onde é bem raro faltar. Mas foi por pouco tempo, bem no Ano-Novo ? revela.
Frente aos resultados preliminares, o presidente da Casan, Valter Gallina, comemora o fim da primeira etapa da Operação Verão, mas garante que a atenção continua pelo menos até o Carnaval:
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?- O abastecimento foi recorde em meio a um número mínimo de queixas. Na sexta-feira, dia 1º, por exemplo, só houve quatro registros por falta de água em Florianópolis junto ao call center. Entre 24 de dezembro e 3 de janeiro, não houve problema que tenha afetado um bairro inteiro de Florianópolis. No máximo uma casa ou uma rua, com problemas de vazamentos ou rompimentos que foram prontamente atendidos. A diretoria sabe que não pode descuidar, pois a previsão é de um grande numero de visitantes na região durante janeiro.
Pequenos problemas
Ainda conforme a Casan, houve apenas um problema que poderia ter sido mais grave, quando uma geladeira velha, abandonada na Vila Aparecida, foi levada pelas águas das chuvas e atingiu uma tubulação de 800 mm na área continental no primeiro dia do ano. O problema, que colocaria em risco o abastecimento da cidade, foi consertado em menos de três horas, sem exigir a interrupção no abastecimento.
A empresa garante ter investido na perfuração de poços, feito melhorias nas estações de tratamento dos bairros Daniela e Ratones, construído um flocodecantador na região continental e ampliado a capacidade da adutora entre os bairros Itacorubi e Canasvieiras para tornar estável o abastecimento durante o período. A equipe de operários responsáveis por consertos foi duplicada, assim como o número de atendentes do 0800 foi aumentado em 30%.
Apesar da ativação do sistema flocodecantador, que promete entregar mais água e de mais qualidade à região, Josiane Pereira permaneceu por um dia sem o líquido na Ponte do Imaruim, em Palhoça, onde atua o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae). Quando voltou, a qualidade da água não agradou.
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? Aqui faltou água na quarta o dia todo e veio na quinta pela manhã. Mas veio aquela água embarrada e impossível de se beber. Hoje [domingo] continua meio amarela, mas tem ? conta.
A Samae não atendeu às ligações da reportagem para comentar a situação.
Consumo histórico
Entre os dias 29 de dezembro e 2 de janeiro, foi registrada a maior demanda histórica de consumo de água pela Casan na Ilha de Santa Catarina. O fornecimento foi acrescido em 1,4 mil litros por segundo ? 30% a mais do que o habitual. O Norte da Ilha teve demanda duplicada, enquanto a parte central permaneceu com o mesmo nível de consumo. Sul e Leste da Ilha, por sua vez, tiveram aumento de 40%.