De acordo com informações do portal ‘UOL’, está mais do que comprovado que Ricardo Teixeira e João Havelange usaram diversas empresas para receberem propinas da ISL, empresa de marketing suíça que já foi responsável pela negociação dos direitos de televisão da Copa do Mundo. Documentos atestariam que datas de depósitos foram feitas em empresas de propriedade de ambos.

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Investigações do Parlamento Europeu apontaram que a Sanud, firma que tem como procurador no Brasil Guilherme, irmão de Ricardo, o fundo Renford Investments e a empresa Garantie JH foram algumas das portas usadas para a entrada do dinheiro, que deveriam ter sido devolvidos aos cofres da Fifa, mas nunca foram.

Aproximadamente U$ 40 milhões (cerca de R$ 75 milhões) podem ter ficado sob posse de Havelange e Teixeira, identificados como “E” e “H”, respectivamente, no processo criminal liderado pelo promotor suíço Thomas Hildebrand.

Mesmo que as evidências apontem para a participação dos brasileiros na fraude, o promotor Hildebrand não vê maiores possibilidades de condenação, visto que acordo judicial fez com que parte do dinheiro desviado fosse restituído aos cofres da falida ISL.

Esquema via Andorra

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De acordo com revelações de Hildebrand, a pessoa H (possivelmente Teixeira, montou um complexo esquema para recebimento do dinheiro, que envolveria até uma terceira pessoa no pequeno principado de Andorra.

A ISL fazia depósitos na conta de uma empresa no nome da pessoa H baseada em Andorra. Um morador local sacava as quantias em dinheiro e, posteriormente, as repassava para o envolvido.

Os depósitos eram feitos em nome da pessoa H e de seu filho em várias contas, algumas delas na Suíça. As contas também pertenciam a outros filhos do envolvido.

Coincidentemente, o Brasil enfrentou Andorra em amistoso de preparação para a Copa de 98, meses após o término dos repasses.

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De acordo com Hildebrand, é extraordinário o fato de Joseph Blatter, presidente da Fifa, desconhecer o esquema.

– Ele foi diretor-técnico da Fifa entre 75 e 81, secretário-geral entre 81 e 88 e presidente desde então. Já que a Fifa sabia do volume significativo pago a seus membros, é dificil imaginar que Blatter não soubesse disso – afirmou Hildebrand em seu depoimento.

Envolvidos no caso

Sigilo

Os nomes dos envolvidos no caso ISL ainda são mantidos em sigilo. No depoimento de Hildebrand, eles foram identificados em letras

Teixeira?

De acordo com o procurador, ‘H’ era presidente de uma federação nacional da América do Sul, que recebeu dinheiro da ISL entre 92 e 97.

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Havelange?

‘E’ era uma executivo sênior da Fifa que recebeu repasses da ISL