Um banho de água fria atinge parte dos aprovados em concursos públicos para a segurança pública: apenas metade será nomeada em março e o restante ficará para novembro. O adiamento também frustra a expectativa das polícias Civil e Militar no processo de reposição do histórico déficit de efetivo em Santa Catarina.

Continua depois da publicidade

Ainda há a previsão de debandada por aposentadorias, como acontece anualmente, o que torna a situação ainda mais crítica.

A decisão de chamar por etapas é do governador Raimundo Colombo (PSD), que após declarações dadas na semana passada por ele em Tubarão, Sul do Estado, foram confirmadas agora pela sua assessoria.

Grupo de aprovados em concurso da Polícia Militar reclama de adiamentos para nomeação total dos 658 classificados.
Grupo de aprovados em concurso da Polícia Militar reclama de adiamentos para nomeação total dos 658 classificados. (Foto: Diogo Vargas / Agência RBS)

A justificativa é o limite de despesas do governo com pessoal, previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal, e a desaceleração econômica do Estado. O governo diz que a arrecadação caiu bastante nos últimos três meses de 2015 e projeta um ano difícil, embora os primeiros meses sejam positivos em razão do movimento da temporada.

Continua depois da publicidade

Na Polícia Militar, a expectativa é que fossem nomeados em março os 658 aprovados no concurso de 2015 para soldado. Mas, com a decisão do governo, devem ser convocados 329 aprovados.

Na Polícia Civil, são 696 aprovados no concurso de 2014, entre 600 agentes e 96 delegados, devendo ficar a nomeação de março em 348 futuros policiais civis.

— Já foram três adiamentos para a nomeação dos 658 aprovados. Estamos com medo que adiem mais uma vez. Há muitos desempregados, pois foi exigido no edital da PM que houvesse a baixa na carteira. Há ainda aprovados de outros estados que vieram para cá e passam por dificuldades. Queremos trabalhar para algo que fomos aprovados — desabafa Cristian Medeiros, um dos aprovados para a PM que representa a comissão criada entre os possíveis nomeados para cuidar das articulações.

Continua depois da publicidade

Fernando Córdova, outro aprovado, afirma que deixou o emprego de comissário de voo para atender ao item previsto no edital que pedia a baixa da carteira de trabalho em 30 dias antes da nomeação, que foi adiada por três vezes até agora (julho, setembro e outubro de 2015).

— É uma situação bem difícil que estamos passando e com interrogações sobre o futuro — lamenta.

“Cenário grave e preocupante”

Representantes de entidades de policiais enxergam um cenário preocupante para as polícias:

— Não é bom (nomeação por etapas em 2016). Temos de chegar a 70% do previsto em lei, de 4.700 servidores na Polícia Civil para dar uma resposta. Polícia precisa de autonomia, efetivo e gestão — declara Ulisses Gabriel, presidente da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol-SC).

Para o coordenador de relações públicas da Associação de Praças de SC (Aprasc), Elisandro Lotin de Souza, a divisão por etapas das nomeações é um grave problema:

Continua depois da publicidade

— Levando em conta a média anual de aposentadorias, de 700 policiais, em dezembro de 2016 a PM terá menos efetivo do que em dezembro de 2015 — raciocina Lotin, dizendo ser inevitável que haja reflexos no crescimento dos índices de criminalidade.

Escolhido em votação pelos catarinenses, o tema segurança será prioritário em 2016. Durante todo o ano, acompanharemos indicadores criados junto com especialistas na campanhaSegurança SC – Essa Causa é Nossa. Você também pode participar desse movimento! Clique na imagem abaixo, acesse o site da campanha e saiba como. Em redes sociais, utilize a hashtag#SegurancaSC e compartilhe sua história sobre o tema.

(Foto: Divulgação / Divulgação)

Segurança SC: acesse o site da campanha e veja como participar:

Continua depois da publicidade

www.diariocatarinense.com.br/segurancasc