A greve na Saúde afetou totalmente o atendimento na Maternidade Carmela Dutra, em Florianópolis. Nesta sexta-feira, 29 técnicos de enfermagem e uma enfermeira estavam na escala de trabalho, mas só dois apareceram.
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A Secretaria de Estado da Saúde considerou o problema grave, pois havia 13 recém-nascidos na unidade de terapia intensiva (UTI), onde precisaria da atuação de seis técnicos e enfermeiros. Dois servidores foram deslocados para o setor, e a direção teve que chamar outros 10 que não estavam na escala do dia para ajudar nas outras alas. Os médicos não participam da greve.
Conforme à assessoria de imprensa, apenas os casos de emergência estão sendo atendidos na maternidade. Até a quinta-feira, os trabalhadores da Carmela Dutra e dos outros hospitais cumpriam sua jornada de trabalho parcialmente, em períodos de revezamento entre colegas. A partir desta sexta-feira, os acampamentos de paralisação foram afastados 200 metros dos hospitais, como determinou liminar da Justiça.
Acampamentos reúnem 400 trabalhadores
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Conforme o comando de greve, existiam 400 trabalhadores nos três acampamentos montados em Florianópolis e São José, um deles próximo ao Hospital Governador Celso Ramos, Maternidade Carmela Dutra e Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemosc), outro perto do Infantil Joana de Gusmão e um terceiro nos arredores do Hospital Regional.
Além disso, o governo do Estado determinou o corte do ponto dos grevistas a partir desta sexta-feira. A decisão foi tomada na quinta-feira, quando o secretário Dalmo Claro de Oliveira disse que os diretores e gerentes dos hospitais deverão identificar quem não está trabalhando e enviar os relatórios para a Saúde até a próxima segunda-feira. A promessa é de cortar, também, a hora-plantão e o sobreaviso.
Fechada emergência do Instituto de Cardiologia
Na manhã desta sexta-feira, a secretaria ainda não tinha o balanço da adesão dos trabalhadores à greve, informação que deve ser divulgada no fim da tarde. O governo só antecipou que a emergência do Instituto de Cardiologia foi fechada e que os médicos iriam atender no Hospital Regional.
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A secretaria também repassou que no Hospital Governador Celso Ramos, parte dos grevistas teria retornado, mas a direção não informou o número. Mesmo assim, a emergência estava lotada, com mais de 30 pacientes à espera de atendimento.
Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em estabelecimentos de Saúde Público Estadual e Privado de Florianópolis (Sindsaúde) e líder do comando de greve, Pedro Paulo das Chagas, os próprios grevistas tinham decidido que não bateriam mais o ponto na assembleia da última quarta-feira. Ele preferiu não avaliar o percentual de paralisação nesta sexta-feira, por se tratar de um dia de ponto facultativo, com apenas escala de plantão.
– Vamos ter um termômetro da greve na segunda-feira- acredita Chagas.
Reivindicações
O movimento grevista começou em 9 de outubro, depois de uma interrupção de 15 dias, retornou em 23 de outubro. A categoria reivindica a redução da jornada de trabalho para 30 horas, com a manutenção do salário e incorporação das horas extras, além da contratação de novos funcionários por meio de concurso.
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