O protocolo foi seguido à risca. Na Arena Condá vazia, com as arquibancadas fechadas para a torcida, as formalidades que antecedem as partidas do Campeonato Brasileiro foram as únicas coisas que lembravam que o domingo seria dia de jogo na casa da Chapecoense. Apenas jornalistas, dois policiais militares, funcionários do clube e da CBF, além da equipe de arbitragem, estiveram no estádio da Chape para o jogo que não aconteceu. Sem a presença dos times, a partida entre o Verdão e o Galo teve um WO duplo, com derrota de 3 a 0 para os dois times.

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Havia a expectativa de que os árbitros entrassem em campo, mas como os clubes informaram que não jogariam, o trio de arbitragem de Santa Catarina nem saiu do vestiário. Aguardaram 30 minutos a partir das 17h, e decretaram o resultado de WO duplo. Com o resultado, a Chape caiu duas posições na classificação final do campeonato, caindo do 9º para o 11º lugar na tabela de classificação. Para o Atlético-MG o resultado não influenciou em nada e a equipe se manteve no 4º na classificação geral.

Antônio Lorenzi, o Chiquinho, 49 anos, cumpriu à risca o seu serviço na tarde deste domingo, como fez nos últimos seis anos em que atua como responsável pelo gramado da Arena Condá. Devagar, ao lado de Pitico, cachorro que é uma espécie de mascote de jogadores e funcionários da Chapecoense, colocou uma a uma as bandeirinhas de escanteio em cada um dos quatros cantos do campo.

O portal da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pelo qual os jogadores passam, as bandeiras do Brasil, Santa Catarina e da Chapecoense e bola do jogo também foram levadas por ele ao centro do gramado. Chiquinho manteve o ritual de trabalho que faz desde os tempos em que a Chape jogava a Série D do Brasileirão.

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– É muito triste, a gente fazer todo o trabalho como tem que ser feito, mas saber que os jogadores estarão em campo, que no nosso caso, da Chape, aquele grupo de jogadores nos deu tantas alegrias nunca mais vai entrar em campo – dizia Chiquinho.

Pouco antes das 18h, o trio da Federação Catarinense de Futebol (FCF), Rodrigo D’Alonso Ferreira, responsável pelo protocolo, e Henrique Neu Ribeiro e Johnny Barros de Oliveira, que seriam assistentes, deixaram a Arena Condá. Enquanto eles iam embora, lá ia Chiquinho terminar o seu trabalho, e tirar de campo a bola, as bandeirinhas de escanteio e as placas da CBF.