Santa Catarina é um dos estados mais afetados por enchentes, deslizamentos, secas e até furacão. Mesmo assim, o número de municípios que conta com algum plano municipal de redução de riscos é inferior ao índice nacional. É o que aponta a Pesquisa de Informações Básicas Municipais: Perfil dos Municípios (Munic) de 2011, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na manhã desta treça-feira.

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No ano passado, enquanto 6,2% das cidades brasileiras possuíam o estudo para a gestão de desastres naturais, o Estado tinha 5,8%. Isso significa que, dos 293 municípios catarinenses existentes na época da pesquisa, apenas 17 possuíam o plano de redução de riscos. Esta foi a primeira vez que a Munic investigou o tema.

Se poucas cidades de Santa Catarina já contam com o plano, uma proporção maior de municípios (39,6%) afirmou ter algum tipo de programa ou ação de gerenciamento de riscos de deslizamento e recuperação ambiental de caráter preventivo.

De acordo com o coordenador do Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (Ceped), Antônio Edésio Jungles, uma plano municipal de risco prevê as respostas táticas para enfrentar os desastres, medidas preventivas e mapeamento de áreas de risco. O objetivo é reduzir a vulnerabilidade.

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Florianópolis e Blumenau estão entre as primeiras cidades a criarem seus planos. No caso da Capital, o próprio Ceped, ligado à Universidade de Santa Catarina (UFSC), foi a entidade que elaborou o estudo.

– A cultura da gestão de risco é nova e se intensificou nos últimos cinco anos com as discussões sobre as mudanças climáticas e o crescimento de desastres acontecendo no país – observa Jungles.

O professor da UFSC lembra que todas as regiões do Estado sofre com algum tipo de desastre. O Oeste, no último verão, viveu uma das maiores estiagens da história. O Vale do Itajaí e Litoral passam constantemente por episódios de alagamentos.

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Para Jungles, o ideal é que todo o município catarinense tenha seu plano municipal de redução de riscos e antecipa, que até o próximo ano, o número de cidades com seus projetos de gestão de vulnerabilidade devem passar de 17 para 27.

A pesquisa Munic é realizada desde 1999 para criar uma base de dados municipais e construir um perfil dos municípios do país. O estudo levantou dados relativos à educação, saúde, saneamento, habitação e direitos humanos.

As cidades com planos de redução de risco

– Araranguá

– Arvoredo

– Blumenau

– Concórdia

– Criciúma

– Florianópolis

– Forquilhinha

– Herval d’Oeste

– Itajaí

– Ituporanga

– Lauro Müller

– Palmitos

– Rio do Sul

– Santa Cecília

– São Miguel da Boa Vista

– São Miguel do Oeste

– Witmarsum ?