O número de mortes pela Covid-19 em Santa Catarina mais do que dobrou em três meses. Abril somou 74 óbitos, enquanto, em julho, o total chegou a 189. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) atribui o aumento à queda da vacinação, principalmente entre pessoas com mais de 50 anos, que representam 93% das mortes. Isso porque apenas 5% das vítimas com essa idade tomaram a segunda dose de reforço.
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De acordo com Eduardo Macário, superintendente da Dive, Santa Catarina passa por uma nova onda de casos em função do avanço de uma variante da Ômicron, a BA.5. Segundo a Rede Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ela é responsável pelo avanço da doença em todo o Brasil, em função da maior capacidade de transmissão do que outras variantes.
Ao Diário Catarinense, o superintendente reforça que, se a segunda dose foi liberada para aplicação desde junho, é porque tomar o reforço é “fortemente recomendado”.
— Pessoas que não tomaram a segunda dose de reforço são a grande concentração de casos graves e hospitalizados. É fundamental pra que a gente se proteja dessa nova onda de variantes, que ainda é a responsável termos casos de covid no momento — ressalta Macário.
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Segundo o superintendente, em Santa Catarina, 99,3% das pessoas com 55 anos ou mais têm o esquema primário de vacinação, ou seja, as duas primeiras doses ou a única. O número caiu para 70,2% quando o primeiro reforço foi liberado, e a segunda aplicação do reforço, atingiu apenas 27,2% desse público.
Macário destaca que o reforço é importante em função das mutações sofridas pelo coronavírus, que evoluem e atingem principalmente os mais velhos.
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— Como os mais idosos sofrem o fenômeno da imunosenescência, ou seja, menor resposta imunológica com o avançar da idade, acabam se tornando mais vulneráveis a apresentarem formas graves da Covid-19. Por isso é recomendada a aplicação de doses de reforço a cada 4 meses, enquanto estivermos com a transmissão da Covid-19 em alta — pontua.
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