Ao mesmo tempo em que registra avanços, um recente relatório divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela o abismo que ainda existe no ambiente corporativo quando o assunto é o gênero dos profissionais que exercem cargos de chefia.

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Se de um lado a participação das mulheres nesses tipos de funções aumentou consideravelmente nos últimos 20 anos, por outro um dado mostra o quão distante elas estão de se igualarem aos homens: apenas 5% das grandes empresas mundiais têm em seu principal posto executivo uma representante do sexo feminino.

O levantamento Mulheres em gestão e negócios: ganhando impulso mostra que em várias regiões do globo elas já superam os homens em relação à formação acadêmica e que a presença feminina em cargos médios e seniores aumentou, mas na linha de frente dos negócios essa participação está longe de ser a ideal. Dos mais de cem países analisados, em apenas quatro – Finlândia, Noruega, Suécia e Reino Unido _ o percentual de mulheres na mais importante posição de uma empresa é superior a 20%.

– Mais mulheres do que nunca são gerentes e donas de empresas, mas ainda há uma escassez de mulheres no topo da escada corporativa – diz o documento.

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Fatores históricos e sociais ajudam a explicar essa grande diferença. A atribuição de papéis específicos para homens e mulheres e a maior responsabilidade que elas geralmente têm sobre a família são alguns deles, indica a pesquisa. Por parte das empresas, o preconceito de gênero nos processos de recrutamento e promoção e a falta de programas de igualdade de gênero e de treinamentos de lideranças para mulheres são barreiras a serem vencidas.

Igualdade estratégica

Para a OIT, ampliar a presença feminina no mercado de trabalho não é somente promover justiça social. É, também, uma questão de estratégia empresarial. Um número cada vez maior de estudos está chegando à conclusão de que o equilíbrio de gênero nas equipes de gestão, com o compartilhamento de diferentes visões, faz sentido financeiro.

– Há uma série de evidências que mostram que usar as habilidades e o talento de homens e mulheres é benéfico para empresas e para a sociedade em geral – avalia Guy Rider, diretor–geral da OIT, que assina o prefácio da publicação.

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Além disso, as mulheres já são maioria entre o público consumidor. É recomendável, portanto, que as empresas tenham mais representantes sintonizadas com o desejo de suas clientes.