A primeira fase do inquérito epidemiológico de Covid-19 realizado em Joinville teve os resultados divulgados na última quinta-feira (27) na cidade. Dentre os apontamentos, os dados revelam que, durante o período do inquérito, apenas 23% dos trabalhadores com sintomas de coronavírus pararam de se deslocar ao trabalho enquanto apresentavam os indícios da doença. 

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O comportamento dos joinvilense foi monitorado durante a fase de pesquisa: se estavam encontrando alguém fora do convívio do lar, saindo para trabalhar ou estudar, frequentando bares, restaurantes ou comércio, além do essencial, e saindo de casa sem máscara. Os dados foram apresentados pelo médico Henrique Diegoli, coordenador da pesquisa, e pelo secretário da Saúde, Jean Rodrigues da Silva.

Conforme o inquérito epidemiológico, ocorreu uma redução significativa de pessoas saindo para fazer atividades, a partir da quarta semana, e foi observado poucas pessoas saindo sem máscara.

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– Tivemos este dado preocupante, de pessoas positivas que continuaram trabalhando, transmitindo – disse o secretário Jean. 

Atualmente, está em vigor decreto que impõe multa por descumprimento do isolamento social.

Padrão de sintomas

Para os que testaram positivo para Covid-19, o que corresponde a 215 ao longo do inquérito, apenas 30% conseguiu relacionar a ter tido contato com pessoa com COVID-19 positivo e 70% não soube responder de onde foi a transmissão.

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– Isso mostra que a doença pode se espalhar com esta dificuldade de se fazer o controle caso a caso – explicou o coordenador do inquérito.

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Em Joinville, assim como em outros estudos também mostram, a perda do olfato é o sintoma mais sugestivo de Covid, ou perda do paladar. O padrão dos sintomas entre os moradores que testaram positivo foi: 60% com febre, sensação de febre, tosse, coriza, perda do olfato e do paladar. Outros sintomas foram 14%; e 26% ficaram assintomáticos. Foi registrado que 18% procurou atendimento médico.

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Segunda fase com testes para assintomáticos

Concluída a primeira fase do inquérito epidemiológico, será iniciada uma segunda fase. Passarão a ser feitos testes rápidos em pacientes assintomáticos, por demanda espontânea e por agendamento por meio do site da prefeitura.

– Estes testes são para continuarmos medindo a curva – explicou o secretário da Saúde, Jean Rodrigues da Silva.

A meta é de aplicar de 100 mil a 200 mil testes até dezembro, especificamente em assintomáticos. Quem tem sintoma fará outro teste, o RTPCR.

– Importante salientar que só conseguimos avançar no monitoramento da pandemia, graças a essa medição em tempo real. Porém, nada disso que a gente fez vai ser suficiente se as pessoas ignorarem o processo de distanciamento daqui por diante – pediu Jean.

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Segundo ele, em setembro, possivelmente serão feitos ajustes e flexibilizações, mas continuarão monitorando as medidas.

– Em outubro, reativaremos serviços de saúde no município, retomando as cirurgias. Com menos leitos para Covid, poderemos atender outras patologias – reforçou.

Primeira fase iniciou em junho

O inquérito epidemiológico inicou em 15 junho e contou com 6.901 entrevistas, 5.824 agendamentos e 4.411 testes, envolvendo todos os bairros da cidade. O desenho do estudo se baseou numa amostra representativa da população a cada semana, fazendo testes rápidos para detecção de anticorpos para COVID-19, nas 12 UBSFs e no Centro de Triagem.

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Para os agendamentos, foram envolvidos mais de 100 voluntários e estagiários de diversas universidades da região.

A observação da dinâmica da transmissão da doença em Joinville fez com que fossem tomadas medidas para evitar impactos maiores. Os Decretos 38.520, 38.777, 38.867, além do Decreto Estadual 724 e da Portaria 145, definiram a necessidade do isolamento domiciliar, circulação de pessoas, limitação de público em estabelecimentos, horários de funcionamento, entre outras restrições.