A derrota do governador licenciado Carlos Moisés (Republicanos) não se resumiu à disputa pela reeleição para o governo de SC, em que ficou em terceiro lugar e não conseguiu passar para o segundo turno nas eleições de 2022. Ex-secretários da gestão de Moisés apoiados por ele nas corridas para cargos de deputados federal e estadual também tiveram desempenho abaixo da expectativa nas urnas e não se elegeram.
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Quais partidos ganharam e perderam cadeiras na Alesc em 2022
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Dos 13 ex-secretários ou nomes do primeiro escalão do governo do Estado até o prazo da legislação em que precisaram deixar os cargos para concorrer, apenas um conseguiu se eleger na votação deste domingo. Altair Silva (PP), que já é deputado estadual e se licenciou do cargo durante o mandato para ser secretário da Agricultura de Moisés, fez 46 mil votos e conseguiu se reeleger para a Assembleia Legislativa (Alesc).
Nos outros casos, os candidatos não se elegeram e no máximo ficaram como suplentes dos seus partidos. O melhor desempenho foi de Luiz Fernando Vampiro (MDB), deputado estadual que foi secretário de Educação de Moisés. Neste ano, ele tentou uma vaga de deputado federal. Fez 59 mil votos, mas ficou como primeiro suplente emedebista.
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O ex-secretário de Saúde André Motta Ribeiro que atuou durante quase toda a gestão da pandemia de Covid no Estado, fez 7 mil votos e não conseguiu uma cadeira na Alesc. Lucas Esmeraldino, que em 2018 bateu na trave na corrida pelo Senado, neste ano concorreu à Câmara Federal e fez 24 mil votos, mas também não foi eleito.
Além dos candidatos a deputado, o ex-secretário da Casa Civil, Eron Giordani, acabou concorrendo como adversário de Moisés, como vice na chapa de Gean Loureiro (União Brasil). A aliança do ex-aliado também fracassou, ficando em quarto lugar, com 13,6% dos votos na corrida pelo governo.
Efeito inverso ao de Bolsonaro
O caso de Moisés é praticamente o inverso do fenômeno registrado com Jair Bolsonaro (PL). O presidente conseguiu emplacar ex-membros do governo para praticamente todos os cargos que indicou. Foi assim com as ex-ministras Tereza Cristina, Damares Alves, o ex-ministro Marcos Pontes e o catarinense Jorge Seif, ex-secretário nacional da Pesca, todos vencedores de vagas ao Senado, e com o ex-ministro Eduardo Pazzuello, eleito deputado federal por São Paulo. A situação marca mais uma diferença entre Moisés e Bolsonaro, em uma eleição em que a proximidade com o presidente foi decisiva para os eleitores catarinenses.
Confira a votação dos ex-secretários de Moisés
Deputado federal
Vampiro (MDB)
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Ex-secretário de Educação
59.043 votos
Claudinei Marques (Republicanos)
Ex-secretário de Desenvolvimento Social
39.043 votos
Lucas Esmeraldino (Republicanos)
Ex-secretário de Articulação Nacional
24.275 votos
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Deputado estadual
Altair Silva (PP)*
Ex-secretário de Agricultura
46.086 votos
* Reeleito
Daniel Candido (Podemos)
Secretário-adjunto de Desenvolvimento Social
20.110 votos
Leandro Lima (Republicanos)
Ex-secretário de Administração Prisional
16.572 votos
Edilene (Republicanos)
Ex-presidente da Epagri
14.098 votos
Janice Krasniak (Podemos)
Ex-presidente da Fundação Catarinense de Educação Especial (Fcee)
12.965 votos
Tiago Silva (Cidadania)
Ex-diretor do Procon de SC
11.135 votos
Renê (Republicanos)
Ex-presidente da Santur
10.654 votos
Luciano Buligon (Republicanos)
Ex-secretário de Desenvolvimento Econômico
9.965 votos
Dr. André Motta (Republicanos)
Ex-secretário de Saúde
7.131 votos
Sargento Floriano (Republicanos)
Ex-presidente do Imetro
2.536 votos
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