Quando jogador, Cesar Paulista chegou a atuar contra times comandados por Telê Santana e sentiu na pele o que era ser vítima das estratégias de um treinador à frente do seu tempo. Hoje, quase três décadas depois, o ¿Mestre¿ se tornou o seu maior espelho e, de certa forma, inspiração para fazer diferente à beira do gramado.

Continua depois da publicidade

Com estilo tranquilão, voz baixinha e jeito de quem jogou bola décadas atrás, Cesar tem pela frente o desafio de comandar o Metropolitano em um ano de vacas (muito) magras. Com pouco dinheiro em caixa (orçamento próximo de R$ 100 mil para a folha de pagamento dos jogadores) e elenco montado de acordo com as possibilidades, ele admite que o objetivo é permanecer na primeira divisão.

Dentro de campo, pensando de modo geral, o treinador acredita que não é possível mudar demais o futebol – ou reinventar a roda, como no ditado popular. Excetuando dois casos específicos e marcantes em nível mundial, na avaliação de Cesar foram poucas as vezes em que o esporte teve algum grande impacto quando o assunto são as mudanças táticas.

— O futebol é um jogo de imitação. Principalmente aqui no Brasil a gente tem a mania de copiar. Quando lá fora o sistema 4-1-4-1 está bem, puxam para cá, o mesmo com 3-5-2, entre outros.

Continua depois da publicidade

No caso do Metropolitano, o desafio não é apenas definir a forma com que o time irá atuar em campo, mas também descobrir as principais características dos atletas para encaixá-los da melhor maneira em diferentes sistemas.

— Gosto de um esquema mais ofensivo, de jogar para frente com jogadores inteligentes. Mas hoje no nosso time não tenho condições de dizer como vamos atuar. Preciso estudar os jogadores para tentar encontrar o melhor sistema — explica.

Quem é o seu ídolo?

Treinador não tem ídolo e não pode ser um ídolo. Quem define o jogo são os jogadores. Nós temos apenas que ter a consciência que somos os responsáveis pelo elenco. No dia de jogo, o torcedor não vai querer ficar olhando para o técnico, o que ele quer é ver os jogadores em campo.

Continua depois da publicidade

Como deve ser o Metropolitano dentro de campo?

Se eu tivesse a sequência de um trabalho, por exemplo, com mais jogadores remanescentes da Série D, seria mais fácil responder isso. Vou tentar impor meu ritmo, jogando com uma linha de quatro jogadores atrás. Não gosto do esquema com três zagueiros. Prefiro também jogar com dois meias, mas não tem muito o que inventar. O futebol sempre foi 22 jogadores em campo e uma trave para cada lado.

Certa vez você disse que ¿se volante fosse bom, caminhão tinha mais do que um¿. Ainda pensa dessa forma?

Não, é mais em tom de brincadeira. Se eu tenho um time que não tem qualidade técnica, não vejo problema algum em jogar com dois ou até três volantes. Agora, se tenho em mãos um time com nível melhor, isso pode não acontecer. Se você tem jogadores como Busquets e Iniesta (Barcelona), não dá nem para considerar volantes, eles são mais do que meias, não erram um passe.

Continua depois da publicidade

Qual o desafio do Metropolitano no primeiro semestre?

Permanecer. Não posso, pela situação que estamos, dizer que estou entre os cinco que vão brigar pelo título. Agora, no decorrer do campeonato outras coisas podem acontecer. Quem diria que o Avaí iria brigar contra o rebaixamento como foi no ano passado?

O que corresponde voltar para o Sesi depois de disputar o Catarinense do ano passado em Jaraguá do Sul?

É importante jogar ao lado do torcedor. Jogar em Jaraguá do Sul no ano passado nos trouxe muitas dificuldades, estivemos longe do carinho da torcida. Agora, o torcedor precisará ter um pouquinho de compreensão, entender que o time está com dificuldade.

Continua depois da publicidade

Técnico do Metropolitano, César Paulista fala sobre seu trabalho como técnico