Conhecer e conviver com alguns dos nomes mais importantes da cena nacional e internacional da cerveja artesanal independente. E, claro, aprender com eles. É isso que motiva um exército de cerca de 80 voluntários que trabalham deste sábado (7) até a próxima segunda-feira (9) no Concurso Brasileiro de Cervejas, que rola em Blumenau.
Continua depois da publicidade
Eles apoiam a coordenação técnica da Escola Superior de Cerveja e Malte para que as 3,2 mil amostras de 634 marcas diferentes que já estão na cidade sejam avaliadas. Fazem o serviço para os mais de 110 jurados, que vêm de 13 países diferentes. E tudo isso por amor.
É o caso da mineira, moradora de Aracaju (SE), Ana Cristina Novelino Franco. Doutora na área de oceanografia, ela foi fazer gastronomia em 2017 e logo se apaixonou pela área de bebidas. Hoje, além de produzir a bebida em casa, é sommelière de cervejas e proprietária do Casa da Mãe Joana, um espaço de cervejas especiais que segue funcionando sem a presença dela:
– Vai ser a primeira vez que serei voluntária. Sou apaixonada por Santa Catarina e por Blumenau. É onde as coisas do universo da cerveja estão acontecendo e estar aqui é uma oportunidade incrível – destaca.

10 dias longe dos filhos
A gestão da família também é impactada pela vinda para o Sul.
Continua depois da publicidade
– Tenho duas filhas e ficarei 10 dias longe delas. Mas isso é muito importante pra mim profissionalmente e minha família apoia e compreende este momento – completa a sommelière.
Quem comanda os voluntários é Felipe Davila. O sommelier e cervejeiro da Mistura Clássica mora em Angra dos Reis (RJ) e este será o quarto ano dele no evento. Pela primeira vez, na coordenação do time de serviço:
– O Concurso Brasileiro de Cervejas é um dos maiores do mundo e o principal para as cervejarias daqui. A visibilidade que as marcas têm ao conquistar medalhas aqui é, certamente, o que motiva uma parte tão significativa do mercado a mandar amostras.
Moradores da cidade também abrem mão da rotina
Paulista que vive há 30 anos em Blumenau, Diana Artêmis é sommelière de cervejas e produz cerveja em casa. Foi através da Acerva Catarinense que conheceu o Concurso Brasileiro de Cervejas.
Continua depois da publicidade
– Em 2019 tive a chance de participar pela primeira vez como voluntária. A experiência foi incrível. Foi interessante de acompanhar o respeito que se tem com as amostras, a logística envolvida em fazer o evento acontecer, a troca de conhecimento com os outros jurados. Esses são os motivos que me fizeram voltar para a edição deste ano. Tiro férias da minha ocupação, que é marketing, para me dedicar ao concurso – conta.
Os alunos de música e idiomas de Jurian Sutter também foram reagendados para os próximos dias. Ele, que também é sommelier de cervejas, organizou a agenda para poder se dedicar a cerveja nos próximos dias. Esta será a primeira vez que ele atuará como voluntário.
– O que me motivou é a experiência. É o fato de ter contato com pessoas que são referências nacionais e internacionais neste mercado e poder aprender com eles. Entendo que, como voluntário de um evento como este, também venha a participar de uma forma ativa neste movimento da cerveja artesanal independente no Brasil. O fomento desse mercado é feito pelos esforços individuais de cada um e entendo que, como a cerveja já me trouxe experiências e amigos incríveis, posso retribuir desta forma – resume.

Como funciona o concurso
Em mesas colocadas no Eisenbahn Biergarten, os 113 jurados começam no sábado (9) a avaliação dos 3.284 rótulos inscritos no Concurso Brasileiro de Cervejas. Eles são divididos por estilos.
Continua depois da publicidade
No momento da prova, cada juiz recebe uma amostra sem nenhum tipo de identificação, sem marca, ou qualquer indício que remeta à cervejaria que a produziu.
Feita essa avaliação, o juiz dá uma nota e são definidas as melhores cervejarias e as melhores cervejas. Até mesmo as não premiadas terão acesso à súmula de julgamento para, eventualmente, aprimorarem os processos de produção.
A cerimônia para premiar os vencedores ocorre na terça-feira (10).