Uma pane no sistema de transmissão de dados entre a Polícia Federal (PF) e a Casa da Moeda do Brasil impediu na quarta-feira, pelo terceiro dia consecutivo, o agendamento e a entrega de passaportes em todo o país. Nenhum dos dois órgãos tem previsão de quando o processamento voltará ao normal. No Brasil, 6 mil agendamentos e o mesmo número de entregas são feitos diariamente. Multiplicado pelos três dias, essas 12 mil solicitações diárias representam pelo menos 36 mil pessoas prejudicadas.
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A Casa da Moeda é quem recebe os dados e confecciona todos os passaportes solicitados pela PF. Só em São Paulo são mil por dia; no Rio, varia entre 300 e 400. Até ontem, a PF afirmava tratar-se apenas de uma falha no agendamento de datas para solicitação de passaportes. O problema deveria ter sido resolvido até as 18h de terça, segundo prazo dado pela própria PF, mas apenas no fim da noite conseguiram identificar a causa da instabilidade no sistema.
Agora, constatado um “defeito técnico de relevante gravidade”, o prazo foi estendido por tempo indeterminado. Segundo nota emitida pelo órgão no fim da noite de terça, a pane foi causada durante a migração do banco de informações para um novo servidor – um dos arquivos do computador estava corrompido e os dados de emissão de passaportes não puderam mais ser lidos. Técnicos trabalham na recuperação desses dados – que, segundo a Assessoria de Imprensa da PF, não estão perdidos.
A recomendação da Polícia Federal é para que as operações prossigam “em modo offline”, ou seja, que o atendimento seja feito manualmente em todos os postos do país. Mas isso é quase impossível em unidades como a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, na qual cerca de 700 pessoas por dia dão entrada para novos passaportes.
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