Gabriel Garcia é uma figura conhecida para aqueles que acompanham maratonas. Se não o reconhecem pelo nome, logo se lembram dele quando alguém fala:
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– É o vovô maratonista!
Aos 70 anos, o catarinense de Imbituba não tem nada do estereotipo de um avô. Ele treina seis dias por semana e é bicampeão mundial masters, com um título aos 65 anos e outro aos 67. Agora, ele quer o tri do World Masters Athletics, que será disputado em Perth, na Austrália, no dia 6 de novembro.
Disposto a sempre fazer o melhor, Gabriel quer se ambientar bem ao clima australiano e também tentar evitar efeitos do fuso horário. Por isso, viajará na terça-feira para o outro lado do planeta.
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– Ele terá uma semana e meia para se ambientar e recuperar a coluna depois de tantas horas, e do fuso de, no mínimo, 10 horas de diferença. Não é para qualquer um. Se uma pessoa jovem tem dificuldades, imagina alguém com a idade mais avançada. Por isso, estamos fazendo uma preparação ainda melhor – explicou Paulo Sant¿Anna, treinador de Gabriel.
Um “jovem” entre os veteranos
A World Masters Athletics é voltada para atletas acima de 35 anos. E a maratona deste ano será a primeira de Gabriel Garcia na categoria entre 70 e 75 anos, o que deixa ele motivado para conquistar o tricampeonato mundial.
– Eu chego com bons resultados e tenho uma vantagem de idade, mesmo que isso possa não significar muito. Mas, quando cheguei na categoria de 65 anos, fui campeão na primeira prova. Não vou prometer, mas vou lutar muito por esse título – completou o vovô.
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A expectativa de Gabriel é percorrer os 42 quilômetros em três horas e 10 minutos.
– O problema do Gabriel é que, aqui na América do Sul, ele não tem concorrentes e não tem como ter noção dos adversários que vai enfrentar. Podemos ter surpresas, mas ele está muito bem preparado – completou o treinador.
Gabriel Garcia começou a correr aos 37 anos. A primeira maratona foi em 1983. Depois disso, foi aperfeiçoando a técnica, correndo diariamente os 10km que separavam o trabalho de sua casa em Imbituba.
– Acho que, se eu tivesse sido descoberto antes, poderia ter sido um grande atleta. Mas tudo bem. Me dedico hoje para trazer orgulho para Santa Catarina e à minha cidade. Tenho mais de 900 medalhas. Tenho a casa que era da minha mãe que quero transformar no museu Atleta Gabriel Garcia, para inspirar os jovens e também os mais velhos. Nunca é tarde para começar a se exercitar – completou o maratonista.
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