O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, está na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (2) para conversar com parlamentares sobre o vazamento de mensagens atribuídas a ele — quando juiz federal — e procuradores da Operação Lava-Jato. Ele está sendo ouvido por três comissões da Casa, incluindo a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) .

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Acompanhe:

— Como juiz na Operação Lava-Jato sempre agi com correção, com base na lei, com base na imparcialidade, decidindo os pedidos apresentados, sem qualquer desvio. As minhas decisões já foram avaliadas nas instâncias superiores — disse Moro.

Segundo o ministro, a maioria (39%) de suas decisões foram mantidas pelo Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4) ou mesmo aumentadas (25%).

Moro afirmou que não dirige nenhuma investigação da Polícia Federal sobre eventual ataque hacker aos celulares dele e de procuradores da Lava-Jato, mas que apenas acompanha o caso como vítima.

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— A minha opinião é que alguém com muitos recursos está por trás das invasões. O que existe é uma tentativa criminosa de invalidar condenações e evitar novas investigações — disse.

Segundo o ministro, não é possível recordar-se das mensagens divulgadas porque ele deletou o aplicativo em 2017.

— Não reconheço, mais uma vez, a autenticidade de um material que não tenho. O que se tem presente é que não tem nada ali de conteúdo ilícito — disse Moro.

No Senado, Moro disse que não possui apego ao cargo de ministro

No último dia 19, o ministro participou de uma audiência no Senado por quase nove horas. Dentre as declarações dadas, Moro afirmou aos senadores não possuir apego ao seu cargo:

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— Eu não tenho nenhum apego pelo cargo em si. Apresente tudo. Vamos submeter isso, então, ao escrutínio público. E, se houver ali irregularidade da minha parte, eu saio. Mas não houve. Por quê? Porque eu sempre agi com base na lei e de maneira imparcial.

Além disso, aos senadores, Moro afirmou ter sido usuário do Telegram por um "determinado período em 2017", mas relatou ter excluído o aplicativo de mensagens depois que a imprensa norte-americana noticiou possíveis invasões hackers no decorrer da campanha presidencial nos Estados Unidos, vencida por Donald Trump no ano anterior.

Por esse motivo, segundo ele, não há como confirmar a autenticidade dos diálogos vazados.

As conversas, divulgadas através de uma reportagem do The Intercept Brasil, mostram que Moro sugeriu, na troca de mensagens com o Ministério Público Federal (MPF), mudar a ordem de fases da Lava-Jato, cobrou a realização de novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão judicial. O site mantém a política de não comentar a fonte do vazamento.

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