O plenário da Câmara abriu às 20h48min desta terça-feira (9) a sessão de análise da proposta de reforma da Previdência. Porém o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), indicou que a sessão desta terça e madrugada de quarta (10) será apenas para encerrar a fase de discussão do tema.
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— Hoje teremos uma longa noite. Vamos até o encerramento da discussão desta matéria, pelo menos. Isso, na minha projeção, é 2, 3 horas da manhã — afirmou Maia.
Assim, a votação do texto deve ficar para a tarde ou noite desta quarta (10). Numa demonstração de apoio à reforma, o plenário da Câmara rejeitou, por 331 a 117, um pedido para adiar a votação do tema.
O projeto foi aprovado na semana passada pela comissão especial, por 36 votos a 13. Por ser uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a reestruturação do sistema de aposentadoria e pensões precisa do apoio de 308 dos 513 deputados – 60% do total.
Integrantes do governo calculam que mais de 330 deputados devem votar a favor da proposta. Mas, sem acordo com a oposição, governistas e partidos favoráveis à reforma precisarão derrubar os recursos de bancadas como PT e PC do B que tentam adiar a votação.
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Principal articulador da reforma, Maia tenta reduzir o número de destaques para acelerar a votação. O dia e horário de conclusão da análise da PEC da reforma da Previdência dependerão de articulação política do governo e a construção de um consenso com o centrão.
Maia e ministros do presidente Jair Bolsonaro querem concluir a votação da proposta até 17 de julho, quando o Congresso entra em recesso.
Mais cedo, o presidente da Câmara disse que "cada hora é decisiva" para a votação.
— Isso tudo é decisivo, aparece um problema, resolve, aparece outro. Então, cada momento tem que ir cuidado, com muita atenção, para não desorganizar a votação — afirmou.
Maia também disse nesta terça que não acha possível a reinclusão de Estados e municípios no Plenário, mas admitiu que, se o Senado fizer a alteração no texto, a Câmara pode avaliar a nova versão. Segundo o presidente, a reforma da Previdência seria rejeitada pelos deputados se os Estados e municípios fossem inseridos no relatório.
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Até a tarde desta terça, interlocutores de Bolsonaro previam que o texto-base da proposta seria aprovado à noite ou na madrugada de quarta (9). Líderes do centrão, no entanto, ameaçaram adiar a votação principal da reforma numa negociação por mais emendas.
O centrão é um grupo de partidos independentes ao governo e que, juntos, representam a maioria da Câmara. Com esse cenário, nem mesmo a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), garante a votação do texto-base até a madrugada de quarta.