Sérgio Moro deixou nesta sexta-feira o governo Bolsonaro. O pedido de demissão ocorreu após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal. Durante o pronunciamento, Moro justificou sua decisão alegando que houve ''interferência política'' na PF.

Continua depois da publicidade

— Eu disse que seria interferência política. Ele (Bolsonaro) disse que seria mesmo — afirmou Moro.

O ex-ministro disse ainda que havia sido prometida ''carta branca'', que teria autonomia para fazer escolhas técnicas, e que isso foi descumprido.

Segundo Moro, ele também não assinou a exoneração.

— Não é verdadeiro que eu tenha assinado a exoneração. Soube pelo Diário Oficial. Fui surpreendido e achei ofensivo — revelou.

Continua depois da publicidade

> Leia mais: Moro anuncia demissão do governo Bolsonaro

Ouça CBN Diário como foi o pronunciamento de Moro:

Troca na Polícia Federal

Já havia circulado nessa quinta-feira (23) a informação que Moro deixaria o Ministério da Justiça caso ocorresse a troca na PF. Imediatamente, outros ministros e assessores do governo tentaram demover Sérgio Moro da ideia. Os ministros Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) foram escalados para convencer o até então ministro a recuar da decisão. Apesar disso, a demissão de Maurício Valeixo da direção-geral da Polícia Federal foi publicada na edição desta sexta-feira do Diário Oficial da União. Ainda pela manhã Moro convocou coletiva. No pronunciamento, anunciou sua saída do governo e apresentou suas justificativas.

Leia mais:

Renato Igor: Moro sai da condição de ministro para favorito em 2022

Upiara Boschi: Moro rompe aliança entre o bolsonarismo e o partido da Lava-Jato

Dagmara Spautz: Despedida de Moro expõe projeto autoritário de Bolsonaro

Moro diz que Bolsonaro queria mexer na PF para ter acesso a relatórios de inteligência