Começou há pouco a sessão da CPI da Petrobras que deve ouvir o depoimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, denunciado por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público e acusado de receber propinas de empresas contratadas pela Petrobras.
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Vaccari é apontado nos depoimentos dos delatores da Operação Lava-Jato Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa, Eduardo Leite e Pedro Barusco como operador do PT no esquema de pagamento de propinas. Vaccari seria ligado ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, que negou à CPI envolvimento no esquema. Ele nega as acusações, feitas pela Polícia Federal.
Após a entrada de Vaccari no plenário, um homem abriu uma caixa e soltou seis ratos na salão. Houve correria e princípio de tumulto. A Polícia Legislativa teve de intervir, para deter o homem e recolher os animais. O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), determinou que o servidor responsável por soltar os ratos seja exonerado.
Acompanhe ao vivo o depoimento de Vaccari:
Veja imagens da confusão causada pelos ratos no salão da Câmara:
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Youssef, o principal delator do esquema, é apontado como o centro do sistema de lavagem de dinheiro decorrente do pagamento de propinas na Petrobras. Em acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), o doleiro afirmou ter intermediado pagamento de propina das empresas Camargo Corrêa e Mitsui Toyo ao PT, por intermédio de Vaccari. Ele mencionou ainda o envolvimento do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que também nega envolvimento.
Ratos tumultuam depoimento de Vaccari à CPI da Petrobras
O nome de Vaccari aparece, principalmente, nos depoimentos feitos pelo ex-gerente de Tecnologia da Petrobras Pedro Barusco, também em delação premiada. Ele admitiu à CPI da Petrobras ter recebido propinas em cerca de 90 contratos da Petrobras, entre 2003 e 2011, dinheiro também repassado a Vaccari e ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.
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Entre os contratos estão os firmados para a contrução de sondas de perfuração pela empresa SeteBrasil (propina paga pelos estaleiros Atlântico Sul, Enseada do Paraguaçu, Rio grande e Kepel Fels), aluguel de navios plataformas junto à empresa holandesa SBM Offshore e implantação do gasoduto Gasene (construído pelas empreiteiras Bueno e Galvão Engenharia).
O vice-presidente da construtora Camargo Corrêa, Eduardo Leite, também acusou Vaccari. Ele ficou preso quase quatro meses acusado de corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro e uso de documentos falsos. Ele foi libertado depois de fazer delação premiada, na qual admitiu ter pago propina ao tesoureiro do PT.
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O agendamento do depoimento de Vaccari à CPI foi marcado por polêmica. O relator da comissão, deputado Luis Sérgio (PT-RJ), queria que ele fosse ouvido apenas no dia 23. O depoimento foi antecipado pelo presidente em exercício da CPI, deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), sob protestos do relator e da bancada petista.
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* Agência Câmara