O Samae não tem solução imediata prevista para resolver a falta dágua na região dos morros Dona Edith e Figueira, na Velha Grande. Segundo o diretor de Operações, Mauricio Carvalho Laus, o desabastecimento das casas não é consequência da incapacidade de captação ou de uma seca do rio Itajaí-Açu causada pelo calor.

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As torneiras secas são resultado do alto consumo e da dificuldade de levar água às regiões mais altas. Quem vive nos morros seguirá com a incerteza de água nas torneiras pelos próximos 15 dias, quando as temperaturas vão beirar os 40 ºC. Além da Velha, sofrem com o fornecimento de água cerca de 50 mil blumenauenses nos bairros Passo Manso, Salto Weissbach, Itoupava Central, Itoupavazinha, Fidélis e Fortaleza. Leitores do Santa também relataram irregularidade no Tribess.

Enquanto a solução definitiva não vem, o Samae recomenda economia:

– Quem mora em regiões mais baixas precisa economizar para que a água chegue até a parte mais elevada da cidade – pede Laus.

Praticamente todas as regiões catarinenses registram algum problema de abastecimento. O alto consumo devido ao calor é a origem mais comum do desabastecimento. No Morro da Figueira, falta água para tudo. A auxiliar de serviços gerais Geni Machado de Quadros, 48 anos, conta quatro dias sem uma gota nas torneiras.

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– Mas não sei até quando vamos conseguir comprar. Se pudesse, pagava aluguel em um quartinho para não ficar nesta situação – lamenta.

Vizinho de Geni, Izael Oliveira, 26, estima que cada viagem até a bica, carregando oito litros de água, seja feita em pouco mais de meia hora. Na volta, o conteúdo das garrafas acaba em cinco minutos. Há quem leve sabonete e toalha para tentar um banho no fio líquido da fonte. É o que a aposentada Ana Maria do Nascimento, 65, tem feito. A água que ela busca aos baldes vai para limpeza, descarga no banheiro e, quando fervida, serve para beber e preparar as refeições.

Para o diretor do Samae, a falta de água na Velha foi inesperada. Como medida paliativa, calcula manobras para abastecer a região à noite, quando o consumo é menor, e negocia com o Exército a subida de caminhões-pipa para distribuir água nestes locais.