Pelo menos 29 pessoas morreram em um ataque do Talibã no norte do Afeganistão, onde a nova liderança rebelde parece querer demonstrar a sua determinação em continuar com a jihad iniciada pelo falecido líder, o mulá Omar.

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De acordo com o Ministério do Interior afegão, todas as vítimas do ataque ocorrido sábado à noite no distrito de Khanabad (província de Kunduz) eram civis, embora autoridades locais tenham assegurado que se tratavam de milicianos que combatem os jihadistas talibãs na região.

O Talibã reivindicou a responsabilidade pelo ataque, que ocorreu após os três atentados na sexta-feira em Cabul em que pelo menos 51 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas.

Dois desses ataques foram reivindicados pelos talibãs, cuja insurreição, lançada após sua derrota no final de 2001, afeta quase todo o país.

Os ataques de sexta-feira foram os primeiros de grande impacto desde a nomeação do mulá Akhtar Mansoor como o sucessor do mulá Omar, líder histórico do Talibã afegão morto há dois anos e cujo falecimento só foi anunciado no final de julho.

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As circunstâncias do ataque em Kunduz permanecem obscuras por enquanto.

De acordo com o Ministério do Interior, os “21 civis” foram mortos em um ataque suicida.

As autoridades locais disseram que aqueles que morreram eram “milicianos” anti-Talibã, vítimas de uma bomba caseira.

Intensos combates em Kunduz

A província de Kunduz, uma região muito importante no comércio com o Tajiquistão, tornou-se nos últimos meses o cenário de intensos combates entre o Talibã e o exército, apoiado pelas milícias pró-governo.

O Talibã chegou a entrar na periferia da cidade de Kunduz, antes de ser expulso, o que demonstra as dificuldades das forças afegãs para defender o país após a retirada das tropas de combate da Otan, no ano passado.

Com esta onda de ataques, a nova liderança do Talibã estaria tentando provar sua determinação em continuar com a luta contra as forças locais e seus aliados da Otan, de acordo com analistas consultados pela AFP.

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Desta forma, para Abdul Hadi Khaled, um especialista afegão em questões de segurança, “trata-se de uma demonstração de força”.

O mulá Mansur está longe de ter o apoio unânime em suas próprias fileiras.

Uma parte dos talibãs, incluindo a família do mulá Omar, se nega a reconhecer o novo chefe, acusado de proximidade com o Paquistão, e denuncia uma sucessão muito rápida.

Além disso, o movimento enfrenta divisões internas relativas às negociações de paz preliminares iniciadas há um mês com o governo de Cabul.

* AFP