O autoproclamado presidente interino da Venezuela e líder da oposição, Juan Guaidó, encontrou o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em Brasília nesta quinta-feira (28). Em pronunciamento após a reunião, o Bolsonaro pediu "desculpas" pelo que chamou de apoio dos governos de Lula e Dilma às gestões de Hugo Chávez e Nicolás Maduro e afirmou que houve responsabilidade do Brasil na crise do país caribenho.

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— Essa esquerda gostou tanto de pobres que acabou multiplicando-os, e a igualdade almejada por eles veio por baixo. Eu e Guaidó queremos uma igualdade por cima, a da prosperidade — afirmou Bolsonaro.

O presidente brasileiro afirmou que o Brasil apoiará todas as ações do Grupo de Lima para buscar eleições "livres e justas" na Venezuela para que o país possa se recuperar.

— Mais do que o retorno da democracia, (a Venezuela) precisa encontrar a prosperidade econômica — declarou.

O Brasil reconheceu formalmente Guaidó como presidente interino da Venezuela no mesmo dia 23 de janeiro, embora Nicolás Maduro mantenha controle do Exército e do território venezuelano.

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De acordo com o ministério das Relações Exteriores, foram disponibilizados a Guaidó dois veículos blindados da Polícia Federal, além de seguranças da corporação. Também foi oferecida a ele uma suíte presidencial em um hotel de luxo na capital, onde se hospedou depois de chegar da Colômbia na madrugada desta quinta.

Os deslocamentos de Guaidó por Brasília estão sendo acompanhados por batedores oficiais.

Na quarta-feira (27), o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, disse que o encontro entre Bolsonaro e Guaidó seria uma agenda pessoal. A recepção oficial e a entrevista aos jornalistas, segundo o porta-voz, seria no ministério das Relações Exteriores.

No entanto, desde o início desta quinta-feira a agenda da visita de Guaidó foi alterada. A expectativa é que ele conceda uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto após a reunião com Bolsonaro.

Juan Guaidó mantém uma intensa agenda de encontros durante sua passagem pelo Brasil. Ele se reuniu pela manhã com embaixadores europeus na delegação da União Europeia. No início da tarde, participa de um almoço na residência oficial da embaixada do Canadá.

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Pela tarde, depois de se encontrar com Bolsonaro, o líder anti-chavista deve se reunir ainda com deputados e senadores brasileiros. Guaidó deixou seu país no último fim de semana pela fronteira com a Colômbia para acompanhar a tentativa de envio de ajuda humanitária para a Venezuela. A investida de fazer entrar remédios e alimentos na Venezuela pelas fronteiras com a Colômbia e o Brasil acabou frustrada por um bloqueio ordenado por Maduro.