Ao 16 anos, joinvilense Marina Carmisin, publica sua primeira obra

No céu da joinvilense Marina Carmisin, de 16 anos, não há só astros, mas vida inteligente. Numa trama cheia de mistério e romance, ela aproveitou a criatividade para criar Sophie Stewart – uma personagem doce, gentil, meiga, confusa, e que, além de estar passando por todos os problemas típicos adolescentes, ainda tem o mundo para salvar. A ela, unem-se o mocinho John e os alienígenas Logan e Chelsealee.

Sempre dando prioridade à escola e às leituras para o vestibular (ela quer tentar Letras, Jornalismo ou Direito), Marina passou um ano escrevendo sua primeira obra, a recém-lançada Sob o Céu Estrelado.

Mas a ideia de transformar a criação em livro só veio depois que se deu conta de que já havia produzido cem páginas de texto. Ainda assim, a garota não esperava que a história fosse aprovada por uma editora. Quando a CRV sinalizou positivamente para a publicação, Marina ficou tão nervosa que pensou em desistir. Como o lançamento é parte de uma trilogia, a autora está produzindo o segundo volume da saga. Sem deixar de lado o tom de suspense, Marina adianta que, em Sob o Céu Obscuro, Sophie amadureceu e está mais segura do que quer. Cheia de coragem, ela vai à Marte para tentar salvar Logan, que enfrenta uma doença terminal sem cura.

Confira o papo que batemos com ela:

Fale um pouco sobre sua primeira obra, Sob O Céu Estrelado. Conte como foi o processo de produção.

Sob O Céu Estrelado é um romance com pitadas de ficção científica. A Sophie é a personagem principal, ela que narra o livro e é em torno dela que o ele se desenvolve. Ela não tem uma personalidade fixa, já que se trata da transformação da menina inocente para a mulher adulta. Sophie é doce, gentil, meiga, confusa e, além de estar passando por todos os problemas típicos da adolescência, ainda tem o mundo para salvar. Logan é o outro protagonista da história, vivendo o alienígena que a seduzirá. Ele é misterioso, intenso e apaixonante. Chelsealee é uma alienígena também, porém, é uma das mocinhas. Possui um papel significativo, já que ajuda o casal em todas as dificuldades. John é o personagem que dará vida a um triângulo amoroso. Ele é humano, faz o estilo bad boy revoltado, porém, acolherá Sophie quando Logan a deixar sem nada, inclusive respostas. A história se passa em Nova York, São Francisco e no espaço. Na verdade, tudo começou com uma história e uma incógnita: onde tudo isso vai acontecer? Bem, eu nunca fui a nenhuma dessas cidades, nem nunca saí do Brasil. Já o espaço e a lua ocorreram no desenvolver da história.

Como surgiu a ideia de escrever um livro? Qual sua inspiração para a história?

A ideia surgiu aos poucos: eu ia escrevendo histórias que estavam ficando cada vez maiores e, quando percebi, minha primeira obra já estava com cem páginas. Depois disso, decidi que queria mesmo escrever um livro de fato, com capítulos e normas gramaticais.

Assim como você, a personagem Sophie Stewart tem 16 anos. Há um pouco de Marina em Sophie?

Quando eu a escrevi, eu tinha 15 anos ainda. Terminei o livro antes de completar 16, apenas o publiquei neste ano. A personagem, então, nada mais era do que aquilo que eu gostaria de me tornar quando tivesse a sua idade.

Foi difícil chegar até uma editora e publicar seu primeiro livro?

Na verdade, eu apenas mandei para a editora ler porque queria tentar, mas tinha certeza absoluta de que eles não se interessariam pela minha história. Acredito até que esse foi o motivo para ter tido coragem de deixar os outros verem meu trabalho.

Como foi a sensação ao descobrir que a editora havia aceitado publicar sua obra? Você teve alguma reação inusitada?

Sim (risos), eu não queria mais! Mandei para a editora tendo a mais absoluta certeza de que eles não aceitariam e, quando aceitaram e providenciaram tudo, foi quando eu percebi: e agora? Todo mundo vai ler a minha história maluca e amadora? Enfim, não tinha mais como voltar atrás, e as críticas de pessoas próximas a mim eram uma preocupação intensa. Como não podia mais desistir, aqui estou, realizando um sonho que nunca teria coragem de realizar.

Como você vê o mercado editorial brasileiro para os novos autores?

Em sua grande maioria, eu leio livros estrangeiros, até porque é difícil chegar a conhecer novas histórias e novos autores no Brasil. Acredito que isso aconteça pois há pouca divulgação destes livros nacionais para a população. No meu caso, apenas conheço as obras de autores brasileiros mais renomados.

O que fazer para as crianças e adolescentes de hoje terem interesse pela leitura?

Apresentar melhor os livros, fazer mais propagandas quanto a história em si. A divulgação que temos em prol da literatura hoje em dia não é muito favorável para que as crianças se interessem pelos livros nacionais.

Quais suas expectativas em relação à obra? E o que o leitor pode esperar?

Minha expectativa é que, assim como eu, meu leitor se identifique com algum dos personagens, que goste da história. Meu leitor pode esperar uma história cheia de descobertas científicas e romance. Espero que todos gostem.

Você fez algum tipo de pesquisa para escrever sobre descobertas científicas, o espaço e tudo o mais?

Quando eu era mais novinha, sempre me interessava pelo cosmos e as teorias sobre ele. Adoro assistir O Universo, que passa no History Channel também, tive vários livros de astronomia ao longo da minha vida e sempre adorei discutir a respeito com minha família e meus colegas. Foi daí que surgiu a inspiração, eu queria escrever sobre as minhas teorias malucas, mas de uma forma divertida, não em uma enciclopédia.

Existe algum livro que você gostaria de ter escrito?

A saga A Maldição do Tigre. É um livro ótimo e, embora não aborde a mesma coisa que o meu, mantém o mesmo estilo de escrita.

E com relação a outros autores? O que anda lendo?

Atualmente, leio mais livros para o vestibular, já que tenho que entrar para a faculdade ainda, mas, o último livro que li por escolha foi Dexter.

Sob o Céu Estrelado: Mude seu Jeito de Olhar e assim Mudará sua Perspectiva. De Marina Carmisin. Editora CRV. 180 págs. R$ 35,90